O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na última segunda-feira, 24, durante uma conversa ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que não tem a intenção de indicar um sucessor e que só passará o “bastão” após sua morte. Durante uma entrevista concedida ao podcast Inteligência Ltda., Bolsonaro também comentou que, apesar de estar inelegível devido a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele pode registrar sua candidatura à Presidência da República em 2026, deixando para a Justiça Eleitoral a decisão final sobre sua elegibilidade.
Bolsonaro enfatizou que sua estratégia política está condicionada ao não recebimento de uma condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao caso da tentativa de golpe, ao menos até o início do processo eleitoral, previsto para agosto de 2025. A Primeira Turma do STF se reunirá nesta terça-feira, 25, para decidir se aceita a denúncia contra o ex-presidente, e a expectativa é que o julgamento ocorra até o final do ano que vem.
“Eu só passo o bastão, já falei, Tarcísio, depois de morto. Você sabe disso”, declarou Bolsonaro durante a entrevista. Nos bastidores da política, aliados do ex-presidente têm apontado Tarcísio de Freitas como o nome mais competitivo da direita para enfrentar o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de 2026. Contudo, Tarcísio reafirmou sua intenção de disputar a reeleição ao governo paulista, evidenciando suas prioridades políticas e sua compromisso com o cargo que atualmente ocupa.
A afirmação de Bolsonaro sobre passar o bastão apenas após sua morte reflete sua visão de liderança e o papel que ele acredita ter na política brasileira. Essa posição ainda gera discussões entre seus apoiadores, que avaliam como sua figura continua a influenciar o cenário político, mesmo fora do cargo presidencial. A possibilidade de Bolsonaro registrar sua candidatura em 2026, apesar da inelegibilidade atual, sinaliza sua intenção de permanecer relevante no debate político, desafiando as limitações impostas pelas decisões judiciais.
As movimentações políticas em torno de Bolsonaro e Tarcísio revelam um cenário dinâmico para as eleições futuras, onde alianças e estratégias estão sendo cuidadosamente elaboradas. O ex-presidente, mesmo enfrentando adversidades legais, busca manter sua influência e a atenção de seus seguidores, enquanto Tarcísio tenta equilibrar seus objetivos em São Paulo com as expectativas do eleitorado nacional. Com informações do Estadão.