Situação volta a complicar na Chapada Diamantina; Capão, Ibicoara e Lençóis combatem chamas

Por Redação
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Fogo atinge a região do Vale do Capão e já ameaça descer a serra do Boqueirão | FOTO: Reprodução/Campina Vale Do Capão/Facebook |
Fogo atinge a região do Vale do Capão e já ameaça descer a serra do Boqueirão | FOTO: Reprodução/Campina Vale Do Capão/Facebook |

O combate ao fogo na região da Chapada Diamantina segue com dificuldade e já dura mais de 35 dias, consumindo áreas de preservação ambiental dentro e fora do Parque Nacional. Nesta quinta-feira (10), com a temperatura quente, o fogo voltou a ganhar força e ameaça residências, nascentes de rios [Riachinho e Grota] e pontos turísticos, como é o caso na região de Lençóis e Palmeiras, além de provocar a interdição do Parque do Espelhado, onde fica a Cachoeira do Buracão, em Ibicoara. O ufólogo baiano, Paulo Gusmão, morador do Vale do Capão, em Palmeiras, gravou vídeo e publicou em redes sociais pedindo atenção para os focos que atingem a região, principalmente o do Vale, que desse a serra do Boqueirão com velocidade e afeta a trilha da cachoeira do 21.

“A situação aqui no Vale do Capão está crítica e desesperadora. Acabei de chegar da sede da ACV-VC [Associação dos Condutores de Visitantes do Vale do Capão] onde estão sendo montadas as ações de combate aos incêndios e as equipes do PrevFogo estão todas em Ibicoara. A situação lá também está ruim. E aqui [Capão], quem está combatendo são os voluntários. Precisamos urgente de apoio dos governos federal e estadual”, aponta Gusmão em vídeo. Ainda de acordo com o ufólogo, o fogo agora na noite de quinta-feira (10) está descendo o Vale do Boqueirão em direção à nascente do Riachinho.

São fendas gigantescas, não tem como combater. Mas é preciso ter equipes de apoio embaixo e em cima para evitar que o fogo passe para as casas. Em cima da serra, as equipes não estão dando conta, precisamos urgente de ajuda e de apoio”, frisa Paulo Gusmão. Ele também aponta que a comunicação no Capão é difícil e que poucas pessoas têm telefones e o sinal de celular não existe. A ACV-VC publicou foto do fogo e pediu auxílio de brigadas da região. “O fogo está descendo a serra da Larguinha [Cachoeira da Fumaça] muito rápido”, aponta a diretoria da associação. Conforme a voluntária Cris Mendez a situação é desesperadora. “O pessoal desceu buzinando e chamando as pessoas para ajudar a apagar o fogo que atinge a serra da Fumaça, estamos mesmo precisando de ajuda. A situação está desesperadora”.

Em comunicado nas redes sociais, a ACV-VC informa ainda, que as chamas seguem para o Vale. “O fogo segue agora sentido Vale do Capão, sendo avistado com chamas altas e muita fumaça nos Campos [povoado]. Percebe-se a densidade da fumaça no ar, pedimos reforços com aeronave e tudo que seja possível. O fogo ameaça as casas nos Campos. Manteremos todos atualizados sobre a situação, só necessitamos da mobilização de todo o Capão para evitar que o fogo se espalhe pela comunidade. A situação é emergencial, precisamos de ajuda urgentemente”. A associação pede auxílio aos bombeiros, ICMBio, e governos.

Combates em Lençóis
Segundo comunicado da Brigada de Resgate Ambiental de Lençóis (Bral), equipes de voluntários seguiram em combate na madrugada desta quinta (10). Equipes de rescaldo saíram às 6h, desta quinta-feira, em sentido ao Lapão e Barro Branco, onde o fogo atingiu edificações e a Zona da Vila Turística da APA Marimbus-Iraquara. Há fogo sendo monitorado também nas proximidades do Morro do Camelo, na divisa entre os municípios de Palmeiras e Lençóis. Existem ainda relatos de focos na região do Palmital.
Algumas trilhas devem ser evitadas e outras foram fechadas até resolver a situação dos focos de incêndios e por motivo de segurança. Em Ibicoara, o fogo está concentrado na região do Baixão e guias e condutores foram acionados para atuar nessa frente, causando assim a interdição do Parque Natural Municipal do Espalhado, onde está localizada a Cachoeira do Buracão, que temporariamente fechado.


De acordo com dados divulgados essa semana pela Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (Sema), além do maior número de brigadistas voluntários da Chapada Diamantina, mais 40 bombeiros militares chegaram à região, para ajudar no combate aos incêndios. Ainda segundo os dados, agora são no total, 60 bombeiros, oito peritos, brigadistas, quatro aviões e dois helicópteros cedidos pelo governo baiano.
.Outras duas trilhas que permanecem fechadas estão localizadas em Ibicoara, as das cachoeiras da Fumacinha e Véu de Noiva. Entretanto, o fogo não atingiu as cachoeiras. No município, as chamas seguem sendo monitoradas na região do Baixão, mas ainda há focos preocupando os combatentes na área conhecida como ‘Madeira Seca’.

Jornal da Chapada

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