A filha da massagista Maria Aparecida de Jesus Souza, de 24 anos, teve uma fratura no fêmur da perna direita após um parto cesárea realizado no Hospital Geral de Ipiaú, sul da Bahia. O parto ocorreu no dia 9 de março e, desde então, a criança tem sentido dores e chorado muito, segundo a mãe.
O diretor do Hospital Geral de Ipiaú, João Henrique Cruz Sampaio, disse que a fratura ocorreu depois de um parto pélvico, em que o bebê fica sentado no útero, o que dificulta a retirada da criança.
“O parto foi pélvico e é muito difícil porque dá um pouco mais de trabalho, mesmo em cesariana. É um parto muito difícil. Infelizmente, quando a criança saiu na primeira fase do parto, na saída do útero, teve a fratura no fêmur da perna direita”, disse o diretor.
Segundo ele, a dificuldade foi relatada pelo médico responsável pelo parto, Bruno Araújo. O G1 não conseguiu contato com o médico.
Ainda conforme o diretor, depois da fratura, o hospital buscou reparar a situação e conseguiu viabilizar atendimento para a criança, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Tivemos cuidados e ela foi vista por três médicos em Ipiaú. Também quis que ela fosse acompanhada por um especialista em criança. Ela foi ao Hospital Estadual da Criança, em Feira de Santana, mas o médico de lá diz que o tipo de cirurgia não pode ser feito com a idade que a criança tem e pediu para voltar no dia 3 de abril para uma consulta”, diz o diretor.
A mãe da menina, Maria Aparecida, conta que deu entrada no hospital no dia do parto após sofrer contrações. Ela recebeu anestesia em parte do corpo para a cesariana, mas diz que não conseguiu ver o parto enquanto acontecia. Depois que foi levada para o quarto, Maria teve contato com a filha e recebeu do médico a notícia de que ela tinha a fratura.
“Ela demorou de chegar. Depois chegou o médico com um ortopedista e com a perna já engessada. Ele contou que teve a pequena fratura de fêmur no parto. Eu ainda estava com anestesia e não sabia a gravidade”, relata a mãe.
Maria Aparecida acredita que a fratura pode ter ocorrido por conta de um “mau jeito” na retirada da criança. “Eu acho que foi não por ele (médico) querer, mas pode ser o mau jeito que tirou ela. O hospital disse que era normal porque foi parto pélvico e que acontece para salvar a mim e a ela, mas isso se fosse um parto normal, mas em cesariana não entendo a justificativa dele”, reclama.
Depois da fratura, a criança segue com a perna engessada até esta terça-feira (27), quando tem uma consulta marcada no Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, para receber uma nova avaliação.
“Ela está chorando, sente dor. Ela está se recuperando sozinha, sem remédio. Os médicos não passaram medicação nenhuma”, reclama a mãe.