A cantora Juliana Ribeiro compartilhou um relato por meio do Instagram, na segunda-feira (24), após fazer o recadastramento biométrico usando um torço, na semana passada.
Procurada pelo G1 nesta terça-feira (24), a artista disse que prefere não comentar o caso. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ficou de se pronunciar sobre o assunto.
“Preciosos, essa resolvi contar para vocês. Fui fazer o recadastramento biométrico semana passada. Dei bom dia a todos na sala, e o funcionário me vem com essa: -Bom dia. A senhora pode tirar o torço? Pensei comigo “de novo esta história de racismo institucional disfarçado de ‘lei’?” Respirei fundo, sorri sarcasticamente é claro, e respondi sorrindo: Não, não posso”, conta a artista.
O funcionário respondeu que ela precisava tirar, porque seria proibido por lei. “Que lei meu senhor? Me fale aí pra gente discutir melhor isso (nessa hora ele me olhou, ficou sem graça e falou: ‘É que eu tô sem a lei aqui…'”, relata.
“Ah, sei…. Meu senhor, pela designação federal para documentos, o rosto precisa estar a vista, sem cobrir olhos ou testa. Meu torço ainda ajuda neste sentido pois retira meu cabelo da face”, respondeu a cantora.
Juliana conta que duas funcionárias reconheceram ela e disseram que ela não precisava retirar o torço para fazer a foto. “Eu respondi: ‘Sim, sei disso, mas parece que seu colega não está informado sobre isso’. O funcionário não deu mais uma palavra. Fez a minha biometria com a cara emburrada e concluiu meu atendimento. Saí de lá fina, dando tchauzinho para as funcionárias e deixei ele e o racismo dele colocados no devido lugar!”, conta, por meio da postagem.
“Será que não dá para se instruir melhor, ao invés de ficar reproduzindo atitudes preconceituosas? Cansada desses racismos institucionais e cotidianos. Como diria @tiamaoficial : “tira o sapatinho e bota o pé no chão, BÊ !” Boa semana! Beijos”, concluiu Juliana, ao mencionar a jornalista Maíra Azevedo, conhecida como Tia Má.