A cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, registrou a segunda morte por leishmaniose visceral, transmitida pelo mosquito palha, neste ano. O caso ocorreu no dia 17 de abril.
O paciente Estêvão da Silva Cerqueira Filho, de 40 anos, começou a sentir alguns sintomas da doença no final do ano passado, mas não procurou um médico. O estado de saúde dele piorou nos últimos 15 dias e ele não resistiu. Estêvão morava na Rua Tatuí, no bairro Campo Limpo.
A informação foi divulgada nesta semana pelo Núcleo Regional de Saúde. A primeira morte ocorreu no dia 26 de janeiro.
A mãe dele, Luiza Cerqueira, contou que o filho já não comia direito, tinha muita febre e perdeu muito peso. Por conta própria, ele fez um exame em um laboratório, cujo resultado acusou baixa de plaquetas. O rapaz foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Mangabeira, onde morreu.
Os exames confirmaram que Estevão morreu de leishmaniose, que é transmitida pelo mosquito palha.
Segundo o Núcleo Regional de Saúde, no ano passado, foram confirmados 8 casos de leishmaniose em humanos em Feira de Santana. Quatro pacientes não resistiram às complicações causadas pela doença em 2017. Neste ano, já foram notificados 12 casos suspeitos.
Doença
A infectologista Normeide Pedreira explica como ocorre a contaminação pela doença e reforça que, se não for cuidada a tempo, o paciente pode morrer.
“A leishmaniose é uma doença infecciosa que é transmitida por um mosquito. Não é um mosquito da dengue, é outra espécie, chamada mosquito palha. Esse mosquito pica o animal infectado e transmite o agente causador da doença, que é leishmania, para o ser humano. É uma doença que tem tratamento gratuito pelo SUS. Se não fizer tratamento, a pessoa está em risco de morrer”, destaca.
Os cachorros são hospedeiros do protozoário causador da doença. Portanto, não transmite a doença diretamente.
Além de febre e perda de peso, em estágio mais avançado, a doença causa inchaço do fígado e do baço, comprometendo o correto funcionamento do sistema hematológico, e pode atingir também a medula óssea.
O combate à doença passa pelo controle da proliferação do mosquito. A limpeza de material orgânico de jardins e a destinação correta do lixo são fundamentais. O uso de inseticidas e repelentes, bem como de telas milimetradas em portas e janelas também são recomendados.
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