Baianos sem emprego deixam São Paulo em ônibus clandestinos e põem cidades em risco

Por Redação
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Baianos sem emprego deixam São Paulo em ônibus clandestinos e põem cidades em risco
No total, os cinco veículos levavam 94 passageiros (Foto: Divulgação)

Um homem de 31 anos retornou de São Paulo e entrou em Ribeira do Pombal, nordeste da Bahia, sem passar pelas três barreiras sanitárias que existem nas entradas da cidade. Ele estava infectado pelo coronavírus. Pouco tempo depois, sua esposa começou a manifestar o sintoma da doença.

Ao poder público, ela disse que o homem infectado com quem teve contato não estava mais no município. Era mentira. Só após uma investigação da prefeitura, com apoio da Policia Militar e Guarda Municipal, é que o rapaz foi encontrado, sem cumprir o isolamento social e causando pânico no povoado em que vive.

“Acionamos a Justiça para que ele seja responsabilizado criminalmente e vamos ter que realizar testes rápidos em todos os contactantes”, explicou a secretária de saúde de Ribeira do Pombal, Lakcelma Costa.

A cidade de 50 mil habitantes tinha registrado 11 casos da doença, segundo a prefeitura. Pelo menos dois destes são de pessoas que retornaram de São Paulo. Esse número, no entanto, pode ser maior, já que a prefeitura parou de divulgar detalhes a partir do décimo caso, após a reportagem entrar em contato com a Secretaria de Saúde.

O CORREIO identificou pelo menos cinco cidades da Bahia cujo primeiro infectado veio de São Paulo: Ribeira do Amparo, Banzaê, Itapicuru e Anagé, além de Ribeira do Pombal. Essa lista pode ser maior, pois algumas cidades optaram por não divulgar detalhes dos casos confirmados.

Em Anagé, cidade de 25 mil habitantes, que faz divisa com Vitória da Conquista, o caso evoluiu para óbito, que ocorreu na última quinta-feira (14). Trata-se de uma mulher de 72 anos, que tinha chegado de São Paulo no dia 27 de abril, conforme divulgado nas redes sociais da prefeitura.

Uma funcionária da Secretaria de Saúde, que não quis se identificar, disse que a cidade possui barreiras sanitárias nas duas entradas principais do município. No entanto, tais estruturas não impedem a entrada dos visitantes e só servem para fazer um controle de quem chega na cidade.

“Há ainda as entradas da zona rural e a maioria das pessoas vem por fora da barreira”, disse.

O óbito ocorreu na própria residência da vítima. O CORREIO tentou contato com Paulo Marinho, secretário de Saúde do município, que não atendeu as ligações nem respondeu as mensagens. Anagé tinha 227 casos monitorados ou notificados, mas sem novos registros da doença.

Já a cidade de Itapicuru registrou, de uma só vez, oito casos de coronavírus. O primeiro foi de uma mulher de 66 anos que usou um transporte clandestino para chegar à cidade. “Nossa equipe de saúde foi até sua residência, fez o teste e encaminhamos a paciente para Salvador, no Hospital do Subúrbio”, disse o prefeito Magno Souza, em vídeo publicado numa rede social da prefeitura.

O segundo caso também foi importado, mas não teve o nome da cidade de origem divulgado. Trata-se de um paciente que contaminou outras seis pessoas da mesma casa, localizada em um povoado da cidade. Todos os resultados se tornaram públicos no mesmo dia, na última segunda-feira (11). “Não queremos proibir a entrada de pessoas na cidade, mas sim trabalhar de forma conjunta orientando e monitorando as pessoas”, disse o prefeito.

Leia a reportagem na integra no site do Correio

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