Moradora do bairro de Plataforma, localizado no Subúrbio Ferroviário de Salvador, Maria Solange dos Santos, aos 65 anos, aprendeu a arte de ser marisqueira desde a infância. “Com apenas 9 anos, eu já acompanhava minha mãe na pesca do sururu para garantir nossa alimentação em casa. A partir daí, desenvolvi um apreço por essa atividade e até hoje me dedico a ela, pois é uma das principais fontes de renda da minha família. Apesar de ser um trabalho árduo, é muito gratificante”, relata.
Ela é uma das 55 mulheres beneficiadas pelo projeto Afromar, selecionado no Edital do Empreendedorismo Negro da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi). Essa iniciativa visa promover o aprimoramento profissional e fornecer equipamentos para pescadoras e marisqueiras da capital baiana.
Nesta sexta-feira (15), cada participante recebeu um carro de mão, uma caixa térmica, uma tesoura, uma faca, uma caixa vazada e um balde. Ao final do projeto, serão entregues os equipamentos de proteção individual, como chapéus, luvas, botas e jardineiras. “É um kit que vai facilitar diversas etapas do nosso trabalho, desde a higienização até o transporte e a conservação dos mariscos”, afirma Maria Solange.
A titular da Sepromi, Ângela Guimarães, ressalta que o objetivo do projeto é valorizar uma profissão transmitida de geração em geração. “Estamos trabalhando para qualificar o ofício das pescadoras e marisqueiras, contribuindo para que elas acessem novos mercados e aumentem a geração de renda. Assumimos o compromisso de articular novos parceiros institucionais para que mais mulheres recebam equipamentos e formação”, destaca a secretária.
O presidente do Instituto Mão Amiga de Ação Social e Cidadania, entidade responsável pela execução do projeto, Ademir Santos, explica que a proposta surgiu a partir da identificação das necessidades do segmento. Estão sendo contempladas mulheres que fazem parte da Associação de Pescadores e Recreativa do Subúrbio de Salvador (Apress) e da Associação dos Pescadores de Monte Serrat e da Península de Itapagipe Vida Nova (Aspemsi).
“Além da entrega dos kits, também vamos oferecer oficinas sobre empreendedorismo, economia solidária e combate ao racismo e à intolerância religiosa, visando fortalecer comunidades tradicionais que contam com pessoas em situação de vulnerabilidade”, explica Ademir.
O Edital de Empreendedorismo Negro da Sepromi recebeu um investimento total de R$ 4,2 milhões. No total, 25 projetos serão financiados, visando o desenvolvimento e a aceleração de negócios liderados por pessoas negras na Bahia.
Fonte: Ascom/Sepromi