Radares da BR-324 são retirados sem flagrar infração

Por Redação
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Pouco mais de dois anos após a instalação, os radares para controle de velocidade foram removidos ao longo da rodovia BR-324. Colocados em dezembro de 2013, os equipamentos saíram de circulação sem flagrar nenhum condutor que tenha cometido tal infração de trânsito nesse período.

Ao todo, 16 radares foram instalados e, depois, removidos pela própria concessionária ViaBahia, empresa que administra a BR-324. Os equipamentos, que custaram cerca de R$ 13 milhões, não chegaram a cumprir a função punitiva para a qual foram adquiridos.

Os radares estavam dispostos em 113 quilômetros, na distância que separa a capital baiana e Feira de Santana. O propósito dos radares era controlar a velocidade máxima de 60 km/h para veículos grandes e 80 km/h para veículos pequenos, nos trechos urbanos.

Por meio de nota, a ViaBahia esclareceu que, desde a instalação, em dezembro de 2013, os radares funcionavam apenas “em caráter educativo”. Informou, ainda, que os equipamentos foram retirados para uma atualização e que devem ser reinstalados no segundo semestre deste ano.

Segundo a nota, os radares são parte do Sistema Inteligente de Transporte (ITS, na sigla em inglês), compostos por sistemas de controle de velocidade, contadores eletrônicos de tráfego, painéis de mensagens variáveis, estação meteorológica e circuito fechado de TV.

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Imprudência

Se com radares os motoristas não se intimidam, a ausência deles é um convite à imprudência. De janeiro até o último dia 16, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 9.052 infrações por excesso de velocidade entre os km-518 e km-626 da BR-324, sem mortos.

No ano passado, foram 33.900 infrações registradas pela PRF, que computou 69 acidentes por conta do excesso de velocidade, três deles considerados graves. Ao todo, duas pessoas morreram e outras 45 ficaram feridas nesses acidentes, segundo as informações fornecidas pela PRF.

Conforme a PRF, os acidentes mais graves costumam ocorrer nos trechos entre a entrada para São Sebastião e o viaduto de Santo Amaro e na cidade de Amélia Rodrigues, sentido Feira. No sentido contrário, o trecho da chegada à capital, entre Águas Claras e o Acesso, seria o mais crítico.

O industriário César Oliveira, 48, trafega diariamente pela BR-324 e lamenta o não funcionamento dos radares. “Com a fiscalização, a gente vê tanta barbaridade na pista. Imagine agora, com os motoristas à vontade”, observou ele, que trabalha em Candeias.

Para a especialista em recursos humanos Luiza Fraga, 36 anos, mesmo sem multar, a presença dos radares causava inibição. “Sabemos que as pessoas costumam frear ao se aproximar dos radares. Espero que a imprudência não faça vítima que não tem a ver com a irresponsabilidade alheia”, diz.

Quem utiliza carro de passeio, a exemplo do mecânico Roberto Messias, de 53 anos, se preocupa com o comportamento dos veículos pesados. “Porque os condutores não respeitam ninguém. Eles sabem que têm o carro grande. Espero que a fiscalização da polícia não afrouxe”, pontuou.

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