Candeias e Simões Filho são favelões, diz professor da Faculdade de Arquitetura da Ufba

Por Redação
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Duas empresas chinesas e uma portuguesa já demonstraram interesse, segundo o vice-governador e secretário de Planejamento da Bahia, João Leão. Na sexta (25), o governador do Estado, Rui Costa, foi à China para reunião com possíveis investidores.

Leão espera que a vencedora da licitação seja definida até o fim de 2017 e que as obras sejam iniciadas nos primeiros meses de 2018. A construção deve durar entre quatro e cinco anos.
A expectativa do secretário é que a ponte atraia novos empreendimentos, entre construção civil, serviços, imóveis e indústrias, com consequente desenvolvimento das regiões da baía de Todos-os-Santos, do Recôncavo Baiano e do sul do Estado.

Entre ICMS e IPVA, o governo espera arrecadar cerca de R$ 20 bilhões em 30 anos, o que, diz Leão, compensaria o investimento público.

Entretanto, segundo o professor da Faculdade de Arquitetura da Ufba (Universidade Federal da Bahia), Paulo Ormindo, a ideia de que haverá desenvolvimento regional pode ser ilusória. Para o urbanista, o mais provável é que, em vez de facilitar o progresso, a capital concentre a demanda por serviços e, com isso, esvazie o potencial econômico da ilha e de cidades do Recôncavo que cresceram na última década, caso de Santo Antônio de Jesus.

“Salvador nunca conseguiu criar uma expansão contínua em seu entorno. Lauro de Freitas não tem equipamento que valha. Candeias e Simões Filho são favelões. São Francisco do Conde tem uma das maiores rendas do Brasil, mas a cidade não tem absolutamente nada”, afirma.

O professor também estima que, com a ligação, cerca de 170 mil novos veículos cheguem diariamente à capital, com forte impacto no já caótico trânsito da cidade. Procurada, a Prefeitura de Salvador disse que não tem mais informações sobre o projeto, de autoria do governo do Estado.
por Folha de S. Paulo Online

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