No domingo (13), manchas de óleo começaram a surgir em praias da Baía de Todos os Santos. Há registros em Candeias, Bom Jesus dos Passos e, nesta quinta-feira (17), mais delas apareceram na Ilha dos Frades, em Loreto, região de Salvador. Na quarta-feira (16), a Marinha e o Ibama recolheram cerca de 15 centímetros de parte da mancha para a avaliação. Até o momento, as manchas se apresentam em proporções pequenas.
A população das regiões temem a possibilidade que ocorra algo similar a 2019, quando resquícios de uma gosma tóxica contaminaram mais de mil pontos do litoral do Nordeste e Sudeste do Brasil. À época, além do dano ambiental, foi calculado um prejuízo de R$ 188 milhões, considerando o que foi gasto pelos estados. Em entrevista à TV Bahia, um pescador afirmou ter encontrado animais, como caranguejos e siris, mortos e encobertos pelo óleo.
Diretor do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o biólogo Francisco Kelmo explicou ao Metro1 que o material é novo e sem relação com o do episódio anterior. “Pelas amostras que tive acesso, é um material que mantém suas características normais, naturais, com cheiro forte e forma pastosa”, detalha.
Kelmo, que pontua o desconhecimento da origem do óleo, afirma que há algumas possibilidades: “Pode ser, por exemplo, que alguém tenha jogado um motor de barco, de qualquer jeito. Quem comete o ilícito não se revela”. De acordo com o biólogo, a Marinha do Brasil, junto com o Ibama, devem investigar o material e a origem do vazamento.
De acordo com o biólogo, o material pode ser nocivo, em caso de ser ingerido por peixes e outros animais marinhos. Ele recorda que, em 2019, o vazamento de óleo causou um dano considerável à biodiversidade.