Empresas próximas à fábrica de biodiesel da Petrobras Biocombustível (PBIO), em Candeias, na Bahia, foram afetadas por um vazamento de ácido clorídrico no sábado (5). A névoa ácida atingiu as empresas Bacan e Larco, causando ardência nos olhos e narinas dos trabalhadores. As tentativas das empresas de entrar em contato com a sala de controle da PBIO foram em vão, pois o telefone estava inoperante devido a problemas tecnológicos. Informações preliminares apontam que parte do ácido vazado atingiu a Bacia da ETE, além de causar danos ambientais no entorno da fábrica, incluindo a morte de pequenos animais.
O tanque de ácido clorídrico onde houve o vazamento já havia apresentado problemas em dias anteriores e as gerências da empresa estavam cientes do risco de vazamento, de acordo com informações coletadas pelo Sindipetro. O sindicato também recebeu a denúncia de que parte dos tanques da PBIO está condenada devido ao avançado grau de desgaste de suas estruturas plásticas e metálicas.
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O descaso com a manutenção das instalações e equipamentos da fábrica da PBIO tem sido uma constante, com diversos problemas recorrentes, incluindo caldeiras sem condições adequadas e seguras de operar, tanques com corrosão interna e tanques com lastros precisando de limpeza. A Estação de Tratamento de Efluentes da fábrica também vem funcionando como uma fossa industrial sem fazer o tratamento adequado dos efluentes.
O diretor de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) da entidade sindical, João Marcos, foi indicado pelo Sindipetro para acompanhar a investigação sobre o vazamento de ácido clorídrico. A situação na fábrica da PBIO é uma verdadeira bomba-relógio, com o risco de acidentes fatais cada vez maior. É importante lembrar que no final de dezembro de 2022, houve uma explosão do feixe do tubo de uma caldeira que poderia ter causado um acidente fatal se houvesse pessoas próximas ao local no momento da explosão.