Inúmeros são os problemas que atingem os bairros e distritos de Candeias, mas poucos casos chamam tanto a atenção como o do bairro Urbis II. A Urbis II, como é conhecida por seus moradores, fica em zona afastada do Centro de Candeias, depois dos bairros Santo Antônio, Areia, Malembá e bairro da Paz.
A localidade surgiu há aproximadamente três décadas, durante a gestão David Caldeira, como parte dos conjuntos habitacionais populares na época. Bairro planejado, a Urbis II gozava de ampla iluminação pública, saneamento, segurança e até mesmo transporte gratuito até o bairro. Porém, mesmo tendo surgido junto à sua irmã, Urbis I, não recebeu a mesma atenção do poder público na continuidade dos anos.
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Hoje a Urbis II é um bairro visivelmente precarizado. Um prefeito pós outro prometeu, ao longo dos últimos vinte anos, retirar o bairro da situação miserável em que se encontra, porém, até então, apenas promessas e projetos inacabados foram verificados. A localidade e seus moradores sofrem com a falta de limpeza pública, deficiências na rede de transporte, buracos, ruas sem calçamento, falta de saneamento básico, escolas e postos de saúde desassistidos, falta de espaços públicos de lazer e entretenimento – para ilustrar, a Urbis II não dispõe de sequer uma única quadra de esportes. Para agravar, com o aumento das chuvas, uma incontrolável epidemia de mosquitos da dengue tem feito a população local contrair com cada vez mais frequência o zika vírus e a chikungunya.
Outro problema, o qual até poucos anos não preocupava os moradores do bairro (até então mais seguro, se comparado aos demais bairros mais próximos ao Centro) tem sido o aumento da violência. Estatísticas têm apontado a Urbis II como frequente rota de fuga para grupos e indivíduos ligados à criminalidade, status que assusta moradores mais antigos do lugar.
Embora menosprezada pelo poder público, a Urbis é um grande colégio eleitoral de Candeias, tendo capacidade numérica de eleger um ou dois vereadores e de contribuir decisivamente na eleição de um candidato a prefeito.
Por anos o bairro elegeu Antônio Oliveira Ribeiro, o popular “Jiló”, como representante da associação de moradores. Este ano, contudo, Jiló não concorrerá ao cargo, abrindo espaço para a disputa entre as 4 chapas cadastradas para a eleição que ocorre no próximo domingo (12/07). O clima para esta eleição na localidade é de desconfiança e desesperança, especialmente devido a ligações de forças políticas que hoje disputam o conselho do bairro com o atual prefeito, Sargento Francisco, que como seus anteriores, nada fez para mudar a realidade do bairro.
Extraído do Bahia Noticia