O presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia, Francisco Magalhães, recebeu na noite de terça-feira (22), uma comissão de médicos demitidos e afastados pelo CMA – Centro Médico Aracaju – para ouvir as reclamações a respeito das últimas ações da entidade que administra o Hospital Ouro Negro, que vive novamente momentos de tensão pelo precário serviço que presta à população.
Segundo os médicos, a redução do número de profissionais (15 foram demitidos), carga excessiva de trabalho, médicos que atendem em outras especialidades para a qual não tem formação e atraso constante no pagamento dos vencimentos (nenhum é contratado, ou são cooperados ou PJ – Pessoa Jurídica) foram algumas das denúncias apresentadas ao representante do setor jurídico do Sindmed, Renato Duarte.
Eles também denunciaram que, com as ações do CMA haverá uma flagrante precarização do atendimento à população.
O presidente Francisco Magalhães disse que já tinha conhecimento dos fatos através da própria imprensa e que foram encaminhados documentos à Secretaria de Saúde do Estado, ao Ministério Público em Candeias e em Salvador, ao Conselho Regional de Medicina, a Secretária de Saúde do Município, Yolanda Almeida, e ao próprio gestor da cidade, Francisco Silva.
Durante todo o dia de hoje, e desde segunda-feira, o caos ficou constatado pelos que procuraram atendimento e não conseguiram. Muitos eram encaminhados à UPA e também e dirigiam a Madre de deus e São Francisco do Conde por um atendimento de qualidade.
Em determinado momento, pela repercussão na imprensa e pelo que era passado às pessoas que procuram o Hospital, sequer havia um paciente no Ouro Negro.
A direção do Hospital alega que apenas está havendo uma mudança de profissionais, mas o que se percebe é a chegada de outros médicos em quantidade muito insuficiente para atender a demanda.
O CMA tem um contrato com a Prefeitura de Candeias no valor aproximado de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões) para administrar apenas o Ouro Negro. Os Postos de Saúde da Família são administrados pela Cooperativa de Profissionais de Saúde – CPS, por cerca de R$ 12.000.000,00 (doze milhões) por ano.