O estudo foi feito pela EXOSS, parceira do Observatório Nacional, e que realiza pesquisas sobre meteoros. A ideia de abalos sísmicos foi descartada pela equipe de Sismologia do Observatório Nacional, que integra a Rede Sismográfica Brasileira.
Em nota, o Observatório informou que nenhum sinal que possa ser relacionado a um tremor de terra foi registrado pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), nem pela estação de GDU01 situada 150 km de Salvador, o que reforça a hipótese de que o evento tenha sido causado por um meteoro.
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A instituição informou que no mesmo dia em que ocorreram os tremores em Salvador foi registrado um abalo sísmico na cidade de Itabi, no estado de Sergipe. Por lá o fenômeno aconteceu cerca de 3h antes, por volta das 4h. O sismo foi registrado pela RSBR e teve uma magnitude de 2.7, sendo que a estação mais próxima estava a 450 km.
Segundo o Observatório, tremores de terra dessa ordem de magnitude são comuns no Brasil. "Desde abril do ano passado, por exemplo, foram registrados mais de 100 sismos entre magnitude 2.0 e 3.0 em todo o território nacional", diz a nota.
Especialistas do Departamento de Geologia da Universidade Federal da Bahia haviam apontado a queda de um meteorito como a causa provável dos fenômenos sentidos pelos baianos.
Já o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) informou que o estrondo e tremor sentidos por moradores de Salvador, Região Metropolitana e do Recôncavo baiano não foram decorrentes de um tremor de terra. O Centro também afirmou que as trepidações sentidas no Estado não foram um terremoto.
A terra ‘tremeu’
A assistente administrativa Camilla Souza, moradora do Porto da Barra, estava adormecendo quando viu a porta do seu quarto trepidar. “Foi coisa de três ou quatro segundos. Minha cachorra latiu, e quando eu fui para a janela, tinham vários peixes pulando na beira do mar. Em filmes, quando acontece alguma coisa os animais avisam”, contou impressionada.
A jornalista Luciana Melo, que mora na Rua Professor Severo Pessoa, na Federação, não ouviu barulhos, mas sentiu os tremores enquanto acordava na manhã de hoje. "Balançou tudo. Foi algo muito estranho. Balançou a casa inteira. Eu estava na cama deitada ainda quando vi a casa tremendo. Meu marido estava na cozinha e ele sentiu também. A princípio achei que tivesse caído um tronco do pé de amêndoas no telhado. Fiquei confusa. Depois vi no Facebook o relato de outras pessoas. É muito estranho, pois muita gente sentiu em áreas distintas", comentou.
O representante comercial Diego Serravale, que mora na Liberdade, ligou para a redação do CORREIO para relatar a sua experiência. "Eu estava dormindo, por volta das 7h, acordei com a porta de vidro da sala trepidando. Achei até que fosse um carro de som muito alto, mas não era".
Já em Sapeaçu, os moradores também ouviram um forte barulho que chegou a ser confundido com uma explosão. “Foi realmente assustador. Houve até um tremorzinho de terra. Eu pensei que se tratava do início de um terremoto e fiquei atônito”, disse o aposentado Antônio José Souza, que estava na área externa da sua casa quando ouviu um estrondo e sentiu o chão tremer. Morador de Três Oiteiros, zona rural do município, ele contou que nunca tinha passado por uma situação semelhante.
Não viram
O tremor que assustou muitas pessoas na Bahia não foi percebido por outros baianos. A desenvolvedora de sistemas Edely Gomes, 27 anos, mora no oitavo andar de um prédio, no Imbuí. Ela contou que acordou cedo neste domingo, mas não sentiu o tremor nem ouviu barulho fora do comum.
"Eu acordei por volta das 4h. Estava com o notebook ligado, mas ele estava baixo, justamente, para não fazer barulho. Fiquei sabendo do suposto tremor através do Facebook, mas, na hora, não escutei nada fora do normal", afirmou.
A publicitária Katia Assis, 32 anos, também mora no Imbuí e, assim como Edely, não percebeu nada fora da rotina. "O porteiro disse que alguns carros balançaram na hora, mas eu, sinceramente, não senti nada. Moro no quarto andar. Acordei às 6h e casa estava silenciosa na hora em que disseram que o tremor ocorreu. Não percebi nada anormal", contou.
No Rio Vermelho, a enfermeira Tereza Cristina Rodrigues, 37, não sentiu nada. Ela é natural de Montes Claros, cidade de Minas Gerais famosa por registrar tremores de terra e está morando há 3 anos em Salvador. Esta manhã, Tereza dormia quanto o tremor aconteceu e não acordou com o barulho. "Já estou acostumada, nem acordo mais. Não ouvi nada, só fiquei sabendo depois, pelo whatsApp", afirmou.