Em campanha salarial e sem conseguir um acordo com os patrões, os rodoviários de Salvador realizaram um protesto na estação da Lapa, maior terminal de ônibus da cidade, na tarde desta quinta-feira (17). Ônibus ficaram sem circular pelo local por cerca de 15 minutos.
O ato ocorreu após a categoria ter feito, à tarde, a segunda assembleia do dia e aprovar, na reunião, o chamado “estado de greve”, que é uma forma de alertar que eles podem paralisar as atividades a qualquer momento. Ainda não há, no entanto, uma previsão para quando uma greve deve ser deflagrada.
Os rodoviários também informaram que foi aprovada uma paralisação de ônibus no domingo (20), durante todo o dia.
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“O ato na Lapa foi uma extensão da assembleia que fizemos na quadra do Sindicato dos Bancários, localizada nos Aflitos. Depois da reunião, decidimos ir para o terminal. Aprovamos estado de greve e, no domingo, faremos uma paralisação de 24h, já que ainda não tivemos um retorno das empresas com relação à nossa pauta de reivindicações”, destacou o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, em contato com o G1.
Primo garantiu que, caso a greve seja mesmo deflagrada, só deve ser iniciada se não houver acordo na nova reunião com os patrões na Superintendência Regional do Trabalho, marcada para segunda-feira (21).
Na terça (22), os rodoviários farão nova assembleia para discutir se, de fato, paralisam ou não as atividades por tempo indeterminado.
Na manhã desta quinta, após a primeira assembleia, os rodoviários fizeram uma caminhada do Sindicato dos Bancários, onde a reunião ocorreu, até a sede da Transalvador, no Vale do Barris. O ato acabou por volta das 11h30.
Campanha salarial
Os rodoviários estão em campanha salarial há mais de 45 dias. Eles reivindicam reajuste salarial de 6% e aumento de 10% no tíquete alimentação. Por conta da campanha, a categoria chegou a atrasar a saída de cerca de 900 ônibus da linha verde na quarta-feira (16).
A data-base para o reajuste anual da categoria é 1º de maio. Os representantes da categoria afirmam que a pauta de reivindicações foi entregue ao sindicato patronal no mês de março, para que as negociações ocorressem durante todo o mês de abril, mas alegam que não houve nenhuma manifestação das empresas com relação aos pedidos dos trabalhadores.
Conforme o sindicato, os patrões propõem a criação de um banco de horas, a retirada dos cobradores e o corte de um domingo no mês. O G1 não conseguiu contato com o setor patronal na tarde desta quinta-feira.
O último reajuste dos rodoviários ocorreu em maio de 2017. Na ocasião, a categoria desistiu de entrar em greve após aceitar aumento de 5% nos salários. A proposta foi colocada à mesa em reunião com os patrões pela Superintendência Regional do Trabalho e Ministério Público do Trabalho (MPT), que fez a mediação do acordo.