Uma explosão na segunda maior refinaria do Brasil, a Landulpho Alves (RLAM), da Petrobras na Bahia, deixou três funcionários gravemente feridos na tarde de domingo, durante uma parada programada de manutenção.
Em comunicado, a estatal não informou se o processamento de óleo ou a produção de combustíveis na unidade foi afetada. Disse apenas que não afetará o abastecimento ao mercado.
A unidade tem capacidade para processar 323 mil barris de petróleo por dia, segundo informações do site da Petrobras.
“Todos os serviços da parada de manutenção foram interrompidos para averiguação das causas do acidente”, disse a Petrobras em nota enviada à imprensa.
O acidente ocorreu em um vaso da Unidade Geradora de Hidrogênio da refinaria. Segundo a empresa, os feridos foram prontamente atendidos pela equipe médica da refinaria e encaminhados ao hospital com toda a assistência necessária.
Eles sofreram queimaduras em entre 10 por cento e 75 por cento de seus corpos, segundo nota do sindicato dos petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA).
Trata-se do segundo acidente na refinaria em menos de uma semana, destacou o Sindipetro-BA. Na quarta-feira a RLAM registrou um incêndio, disse a entidade.
Embora a queda de 50 por cento nos preços internacionais do petróleo desde junho signifique que a Petrobras não está mais perdendo dinheiro com as importações de gasolina e diesel, a companhia pode continuar impossibilitada de parar suas refinarias para manutenções e atualizações, disseram fontes de sindicatos à Reuters nesta segunda-feira.
Em meio a acusações de que seus funcionários poderiam ter feito parte de um suposto esquema de corrupção, a Petrobras precisou parar de pagar ou de trabalhar com algumas das empresas de construção mais importantes do país. Muitas delas são responsáveis por construir, ampliar e reparar refinarias.
“Milhares de trabalhadores contratados nas refinarias estão sendo demitidos e o trabalho interrompido”, disse o diretor de assuntos jurídicos e institucionais da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Simão Zanardi. “Esse é o nosso sentimento de que a maioria das refinarias da Petrobras não estão operando nas condições de segurança em que deveriam ser.”
Os acidentados na RLAM estavam usando uma lixadeira rotativa elétrica no interior de um tanque de hidrogênio que tinha sido drenado na quinta-feira e onde os trabalhadores já haviam realizado o mesmo trabalho sem incidentes, disse Zanardi.
“Nós não sabemos como gases explosivos entraram na esfera”, acrescentou.