O Banco Central calcula que a economia brasileira encolha 3,6% e a inflação chegue a 10,8% em 2015, de acordo com o relatório trimestral de inflação, divulgado nesta quarta-feira (23). A projeção é pior do que a divulgada no último relatório, em setembro, quando o BC falava em encolhimento de 2,7% da economia e inflação em 9,5%.
O objetivo do governo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (na prática, variando entre 2,5% e 6,5%).
BC vê dólar a R$ 3,90 no fim deste ano
Para o dólar, o BC estima o valor de R$ 3,90 no final de 2015. Para a taxa básica de juros (Selic), projeta manutenção no valor atual, de 14,25%.
Ao longo do ano, o BC foi piorando suas projeções para a economia brasileira.
Projeções do mercado e do governo
O governo, por sua vez, estima que iremos fechar 2015 com retração de 3,1%, inflação a 9,99% e dólar a R$ 3,35, segundo as projeções mais recentes, divulgadas pelos ministérios do Planejamento e da Fazenda em novembro.
Distante onho de inflação a 4,5%
Em seu último relatório, o BC confirma que a inflação no centro da meta do governo está mais distante de virar realidade.
O objetivo do governo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (na prática, variando entre 2,5% e 6,5%).
Até setembro, o BC dava a entender que conseguiria baixar a inflação para 4,5% até o final do ano que vem. Porém, esse discurso foi ficando menos otimista, e o BC passou a falar em inflação no centro da meta somente em 2017.
Relatório orienta decisões do BC
O Relatório de Inflação é publicado trimestralmente pelo Banco Central. Ele reúne indicadores da economia nacional e global, além de projeções para os próximos meses feitas pelo próprio BC e por analistas de mercado.
O objetivo do documento é identificar a tendência da inflação, para embasar as decisões do BC a respeito dos juros. A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, se reúne para definir a taxa básica de juros (Selic), que serve de referência para outras taxas.
Em geral, juros altos são usados para controlar a inflação, porque deixam o crédito mais caro e levam as pessoas a consumir menos, forçando os preços a caírem. Por outro lado, juros altos dificultam o crescimento, principalmente num momento de crise e desemprego, como o que o Brasil enfrenta.
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