O Ministério da Saúde está utilizando, de forma inédita, Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) em voluntários da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) que atuam na emergência do Rio Grande do Sul. A abordagem terapêutica tem como objetivo prevenir agravos à saúde dos integrantes do socorro ao estado gaúcho.
As Pics, como são chamadas, possuem uma visão ampliada do processo saúde e doença, assim como a promoção do cuidado integral do ser humano, especialmente do autocuidado.
No Rio Grande do Sul, são aplicadas terapia aurícula chinesa/francesa, auriculo taping, spiral taping, agulhamento sistêmico e manopuntura. As técnicas melhoram dor física, acometimentos emocionais e qualidade do sono.
As indicações às práticas se baseiam no indivíduo como um todo, levando em conta seus aspectos físicos, emocionais, mentais e sociais.
A terapeuta Eliane Moraes, responsável pelos atendimentos, explica que as práticas não substituem o tratamento tradicional. Elas são um adicional, um complemento no tratamento e indicadas por profissionais específicos conforme as necessidades de cada caso.
“O nosso objetivo é fazer com que o voluntário não perca tanta energia vital para continuar atuando e atuando bem. Estamos cuidando do cuidador. Estamos acolhendo os acolhedores”, explica Eliane.
Eliane Moraes salienta que esse tipo de cuidado deve ser continuado ao longo da atuação da Força Nacional do SUS no território do desastre.
Para ela, a tendência é cada dia mais as Pics estarem inseridas em mais momentos. “A visão está mudando. O trabalho é essencialmente focado no bem estar. Isso é importante no cotidiano, ainda mais em momentos de emergências. O foco é deixar, no caso do Rio Grande do Sul, mais ativos, em alerta e responsivos”, frisa.
A voluntária Simone Nogueira Silveira, que faz a relatoria de planejamento da Força Nacional do SUS, recebeu tratamento neste sábado (9/6). Para ela, esse tipo de cuidado diminui a ansiedade e melhora as condições de trabalho.
“Ser cuidado dessa forma alivia a tensão que temos. Isso ajuda a continuarmos a missão. Acabamos absorvendo algum sentimento, até mesmo da importância do nosso trabalho aqui. Precisamos estar bem psicologicamente e emocionalmente”, comenta a voluntária.
Brasil é referência
As Pics fazem parte das práticas denominadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI).
O Brasil é referência mundial na área de práticas integrativas e complementares na atenção básica. É uma modalidade que investe na prevenção e promoção à saúde com o objetivo de evitar que as pessoas fiquem doentes.
Além disso, quando necessário, as PICS também podem ser usadas para aliviar sintomas e tratar pessoas que já estão com algum tipo de enfermidade.
Com informações da Agência Gov