A Polícia Federal (PF) cumpre mandados da 26ª fase da Operação Lava Jato desde a madrugada desta terça-feira (22). Cerca de 380 policiais federais cumprem 110 mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia(Salvador e Mata de São João), Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco. A atual fase foi batizada de ‘Xepa’ e tem como alvo o Grupo Odebrecht.
As investigações apontam possíveis crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro oriundos da Petrobras que teriam sido cometidos por empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados ao grupo.
Do total de mandados, 67 mandados são de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, 11 mandados de prisão temporária e quatro de prisão preventiva.
Até as 7h47, seis mandados de prisão, 25 de busca e apreensão e 25 de condução tinham sido cumpridos em São Paulo.
A atual fase é um desdobramento da 23ª fase, que foi batizada de Acarajé. A ação foi deflagrada no dia 22 de fevereiro e prendeu o marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, além de mulher dele Monica Moura. Os dois são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior e estão detidos na Superintendência da PF, em Curitiba.
Setor organizado na Odebrecht
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), durante a deflagração da Acarajé, que era o nome utilizado pelos suspeitos para se referir ao dinheiro irregular, foram constatados indícios de que foi instalado um setor organizado dentro da estrutura da Odebrecht.
E que esse setor era utilizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela empresa, chamado “setor de operações estruturadas”. O MPF apurou que os pagamentos se estenderam até novembro de 2015, mais de um anos após a deflagração da Lava Jato.
A missão do grupo formado era, dentre suas missões, viabilizar, mediante “pagamentos paralelos”, atividades ilícitas realizadas em favor da empresa.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.