O PMDB anunciou o rompimento oficial com o governo Dilma Rousseff, na tarde desta terça-feira (29), em reunião do diretório nacional da legenda. A votação foi feita por aclamação dos integrantes do partido, com parlamentares levantando em peso favoráveis à medida, que encerra uma aliança rachada desde a reeleição da presidente, em 2014.
A reunião, de menos de cinco minutos, foi presidida pelo senador Romero Jucá (PE), que assumiu o comando do histórico momento do rompimento para evitar maiores constrangimentos entre o vice Michel Temer, presidente nacional do PMDB, e a presidente Dilma Rousseff.
Ovacionada pelos peemedebistas com gritos de “fora PT”, a moção que aprovou o fim da aliança de 13 anos entre os partidos também inclui a entrega de todos os cargos do PMDB no governo federal.
Atualmente, o partido ocupa seis ministérios: Kátia Abreu (Agricultura), Mauro Lopes (Aviação Civil), Helder Barbalho (Portos), Marcelo Castro (Saúde), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Celso Pansera (Ciência).
No encontro, na Câmara dos Deputados, estavam presentes vários caciques do partido, incluindo o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – réu no Supremo Tribunal Federal e julgado por quebra de decoro parlamentar por seus pares no Conselho de Ética –, responsável por acatar o pedido de impeachment contra Dilma. Temer (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no entanto, não compareceram.
Impeachment ganha força
A saída do PMDB da base aliada pode ser considerada a grande derrota sofrida pelo governo em um ano marcado pela abertura do processo de impeachment contra a presidente, duas semanas atrás, e por sucessivos impedimentos a Luiz Inácio Lula da Silva de assumir o cargo de ministro-chefe da Casa Civil – empurrado ao ex-presidente após ele ter sido obrigado a prestar depoimento à Polícia Federal, em 4 de março.
O rompimento reforça as chances de mais deputados do partido abandonarem o apoio a Dilma, aumentando ainda mais a possibilidade de impeachment da presidente. A previsão é que o processo vá para votação em Plenário em 17 de abril, sendo necessário o apoio de 2/3 dos 513 parlamentares da Câmara para afastar Dilma do cargo.