A reportagem do programa Globo Repórter exibido na sexta-feira (1º), que mostrou a jornalista Glória Maria fumando maconha, pode se tornar caso de polícia. O deputado federal Jair Bolsonaro não gostou do fato de a maior emissora de TV do País ter exibido em tv aberta, para milhões de pessoas, em horário nobre, sua repórter fumando a droga que, no Brasil, ainda é ilícita. O congressista usou suas redes sociais na manhã deste domingo (3) para criticar a emissora e a repórter, e pedir para que o Supremo Tribunal Federal processe a jornalista. “A repórter Glória Maria, pela figura pública que é, estimulará milhões de pessoas a usarem maconha. Tenho certeza que o STF a processará por apologia às drogas”, disse.
Entenda o caso
O programa Globo Repórter desta sexta-feira exibiu uma reportagem sobre a Jamaica, mostrando as atrações turísticas do país e também sua cultura. Um dos trechos da matéria falou sobre o movimento rastafári e mostrou uma de suas vertentes mais radicais, a Bobo Ashanti. Um dos rituais religiosos do grupo envolve a experimentação da maconha. Na Jamaica, ao contrário do Brasil, o uso da maconha (ou “ganja”, no idioma local) para fins religiosos não é considerado crime.
O programa mostrou os rastafáris fumando a erva livremente, tratando o assunto com naturalidade. Uma das entrevistadas afirma que sempre fuma maconha enquanto trabalha. De acordo com a personagem, a “ganja” ajuda a limpar a mente e estimula a meditação. O programa mostrou até mesmo os usuários embrulhando a erva em papeis de seda. “Na hora que nos despedimos somos convidados a participar de um desses rituais. Só que participar significa também fumar o cachimbo gigante junto com os rastafáris”, diz Glória Maria. “Recusar, nem pensar”, afirma a repórter.
Glória Maria então traga o enorme cachimbo e, aparentemente, a droga faz efeito imediato. A repórter arregala os olhos, faz caretas e diz que ficou completamente tonta. “Para quem não está acostumado, é preciso tempo para entender”, recomenda.
Bolsonaro recebe apoio
A postagem de Bolsonaro no Facebook teve grande repercussão, com mais de 12 mil compartilhamentos em apenas sete horas. Muitos elogiaram a denúncia feita pelo congressista. “Dirão que ela é um exemplo. Mãe solteira, maconheira, intelectual, cabeça aberta… e ainda vão falar que somos racistas e estamos dizendo isso só por ela ser negra! Viva o ‘mimimi’. Viva a cultura da inversão de valores”, comentou a apoiadora do deputado, Amanda Valk.