O Ministério Público vai abrir inquérito para investigar a ocupação das igrejas nas programações das emissoras, como Record, Band e RedeTV!.
O procurador da República, Sérgio Suiama, responsável pela ação, se baseou em estudo da Ancine (Agência Nacional de Cinema) que revelou, em junho, que cultos, missas e pregações já tomam mais tempo nas grandes redes do que telejornais.
Procuradas, o canais afirmam que o espaço é como “coproduções”, o que caracteriza programação e não é ilegal. No entanto, segundo o jornalista Daniel Castro, seus executivos admitem que a cessão de espaço às igrejas não é gratuita e que, muito pelo contrário, o púlpito eletrônico é uma das principais fontes de receitas.
Para se ter uma ideia, na Record, a Universal ocupa as madrugadas do canal, garantindo R$ 500 milhões por ano, um quarto do faturamento declarado da rede de Edir Macedo. Já a RedeTV! vendeu recentemente um espaço de uma hora, antes ocupado por jornal, no valor de R$ 2,5 milhões mensais e salvou algumas dezenas de empregos.
Procurada, a RedeTV! respondeu:
“A RedeTV!, assim como o Brasil, é laica em sua programação, transmitindo programas de diversas Igrejas evangélicas e a missa da Catedral da Sé da Igreja Católica, dentre outras. Seus programas discutem abertamente temas de todas as religiões, do espiritismo, do candomblé e de qualquer outra motivação religiosa. Entende que como agente de comunicação não tem o direito, nem a vontade, de cercear ou discriminar qualquer manifestação religiosa, garantindo a mais ampla liberdade de expressão.
Programas religiosos existem em todos os países democráticos, sendo vistos por milhões de telespectadores. No Brasil, as coproduções, religiosas ou não, são agentes fundamentais na garantia da pluralidade das comunicações.
A RedeTV! respeita integralmente toda a legislação do setor e sempre esteve à disposição para prestar qualquer esclarecimento.”