Homem-bomba’ Francisco Wanderley tentou atacar o STF com explosivos; entenda o caso

Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tio França”, de 59 anos, foi identificado como o suspeito por trás de um atentado frustrado contra o Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrido na noite de quarta-feira (13/11). O atentado foi interrompido pelas autoridades, que encontraram materiais explosivos em sua residência localizada na QNN 7 de Ceilândia, onde o suspeito morava em uma kitnet alugada há cerca de duas semanas.

Durante a operação da Polícia Federal, realizada em conjunto com o Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), foi encontrado no espelho do banheiro do imóvel uma mensagem misteriosa que chamava atenção para a figura de Débora Rodrigues. Ela é conhecida por sua atuação em atos antidemocráticos, como a inscrição “perdeu mané” na estátua da Justiça em frente ao STF, o que a tornou alvo da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, em março de 2023. A frase encontrada no espelho de Francisco parecia fazer referência a esse episódio, além de criticar a atitude da mulher, usando um tom provocador.

Segundo o Correio, os policiais federais descreveram a casa de Francisco como um local de completa “desordem”, com o banheiro sujo e depredado. Além da mensagem no espelho, a residência contava com materiais que levantaram suspeitas, como canos de PVC, ventiladores quebrados e um fogão inutilizado, mas com artefatos suspeitos. O principal achado, no entanto, foram os explosivos, que foram desarmados com segurança pela polícia.

A investigação revelou ainda que Francisco Wanderley, além de ser ex-candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo Partido Liberal (PL) em 2020, também havia postado em suas redes sociais uma foto no interior do STF, com a legenda: “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro)”, mostrando seu desdém pela instituição. Nas postagens, ele exibiu também uma conversa com ele mesmo no WhatsApp, onde afirmava estar dentro do Supremo.

As autoridades também descobriram que, na tentativa de executar o atentado, Francisco vestia uma roupa semelhante à do personagem Coringa, uma referência ao psicopata assassino das histórias de Batman, o que indicava ainda mais o caráter perturbado de sua ação.

O corpo de Francisco Wanderley foi liberado após a perícia inicial, e as investigações continuam para apurar mais detalhes sobre o atentado frustrado e a possível motivação do ato. A Polícia Federal segue em diligências para aprofundar as investigações sobre o envolvimento de Francisco em outros possíveis crimes e sua ligação com atos antidemocráticos.

O atentado não se concretizou graças à atuação rápida das forças de segurança, mas o caso levanta importantes questionamentos sobre a crescente violência e radicalização de indivíduos ligados a movimentos antidemocráticos no Brasil.

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