A pesquisa do IBGE abrangeu 2.630.835 alunos matriculados no 9º ano do ensino fundamental da rede pública e privada
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traçou um perfil do estudante brasileiro na terceira edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense) divulgada nesta sexta-feira (26). A pesquisa abrangeu mais de 2 milhões de alunos para saber mais sobre sua alimentação, prática de atividade física, iniciação sexual, consumo de álcool e drogas. A pesquisa trouxe um item inédito: pela primeira vez, quantificou quantos deles já sofreram estupro. Esta é a terceira edição da Pense, que já foi feita nos anos de 2009 e 2012.
ara chegar a respostas sobre as questões propostas, a pesquisa do IBGE abrangeu 2.630.835 alunos matriculados no 9º ano do ensino fundamental da rede pública e privada. Desses, 48,7% são meninos e 51,3% meninas.
Foi a primeira vez que os alunos responderam se já foram vítimas de estupro. Do total de alunos do 9º ano, 4% responderam que já foram forçados a ter relação sexual, segundo levantamente do G1.
O percentual para meninos foi de 3,7% e para meninas de 4,3%. Destes, 4,4% estão nas escolas públicas e 2% nas particulares. Quando perguntado sobre quem praticou o estupro, o maior percentual é de namorado (a) e ex-namorado (a) com 26,6%; amigo (a) 21,8%; pai/mãe/padrasto/madrasta (11,9%); e outros familiares (19,7%).
A Ana Carolina Svirski, coordenadora da equipe de saúde da criança do Centro de Saúde Murialdo, de Porto Alegre, diz que os números relatados pelos jovens podem ser maiores. A psicóloga conta que é difícil para os adolescentes falarem sobre isso, muitos deles preferem esconder.
O estudo mostrou também a relação desses jovens com as drogas: 9% dos alunos já usaram drogas ilícitas, sendo 9,5% entre os meninos e de 8,5% entre as meninas. Quando avaliada a rede de ensino, os alunos das escolas públicas (9,3%) disseram que experimentam com mais frequência as drogas ilícitas do que àqueles de escolas privadas (6,8%). O consumo atual de maconha para os escolares do 9º ano foi 4,1%. Um consumo maior foi registrado para os meninos (4,8%) quando comparados às meninas (3,5%).