O futuro do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e dos vestibulares do país agora depende do andamento da reforma do Ensino Médio e da definição de como será Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Em entrevista ao G1 no último dia, 23, o ministro da Educação, Mendonça Filho, lembrou que, para o Enem 2016, não haverá mudanças. Sobre as futuras edições, após a implantação das novas regras, ele explicou que a medida provisória determina que os processos seletivos, como os vestibulares e o próprio Enem, tenham a liberdade para escolher os conteúdos exigidos nas provas tanto seguindo os conteúdos da Base Nacional Comum quanto os componentes dos currículos flexíveis.
“Um teste como o Enem não está condicionado a uma definição expressa na lei. Ele é definido a partir de uma avaliação de um conteúdo que ele vai ser dimensionado. Você tem um conteúdo único, padrão, que é definido pela Base Nacional Comum Curricular, e tem conteúdos complementares, dentro daquelas áreas temáticas: ciências da natureza, ciências humanas, linguagem, e por aí vai”, explicou ele.
A secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC), Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou ao G1 que ainda não é possível definir o que vai acontecer, mas uma das hipóteses levantadas por ela é que os processos seletivos fiquem mais exigentes. A Fuvest, que é o vestibular que seleciona alunos da Universidade de São Paulo (USP) e da Santa Casa de Medicina, é uma das referências citadas por ela.
“O que pode acontecer? Por enquanto não dá para saber o que vai acontecer. Estou falando em uma hipótese: podemos ter um Enem nacional que avalia o que for aprovado no próximo ano na Base Nacional Comum, e podemos ter avaliações nacionais ou então das próprias universidades daquilo que é área de aprofundamento”, afirma a secretária-executiva do MEC.
Medida provisória
O governo federal publicou na sexta-feira (23) o texto da medida provisória (MP) sobre a reforma do ensino médio. Com o novo texto, o Ministério da Educação (MEC) volta atrás e mantém a obrigatoriedade de artes, educação física, filosofia e sociologia até que seja concluída outra etapa da reforma.
Na versão final do texto, o MEC incluiu um ponto no texto que determina que o ensino de artes, educação física, filosofia e sociologia continuem em vigor até o segundo ano letivo posterior à aprovação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
A MP ainda terá de ser aprovada em até 120 dias pela Câmara e pelo Senado, caso contrário, perderá o efeito