Com o avanço do uso de smartphones no cotidiano, um hábito tem se tornado cada vez mais comum nas residências brasileiras: deixar o aparelho carregando durante horas, principalmente durante a noite. O problema é que isso fez com que o número de incêndios decorrentes deste ato aumentasse. O risco também cresce se o carregador for pirateado.
Em 7 de dezembro de 2015, por exemplo, um incêndio destruiu um apartamento vazio em um condomínio localizado na Avenida Paralela, em Salvador. Segundo os bombeiros, o morador havia deixado o celular carregando antes de sair de casa. Em setembro deste ano, um norte-americano também teve o carro totalmente destruído ao deixar o aparelho Samsung carregando em cima do banco do veículo. Neste último caso, o acidente aconteceu alguns dias após a empresa anunciar o recall de vários celulares. Um outro caso também chamou a atenção do mundo em 2013, quando uma aeromoça morreu após tocar em um iPhone que estava sendo carregado em um carregador pirata.
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O Major Ramon, do Corpo de Bombeiros da Bahia, alertou em entrevista ao Varela Notícias para os cuidados que o consumidor deve ter ao adquirir o produto. “É importante verificar se o aparelho possui o selo do Inmetro e o certificado de segurança. Algumas pessoas compram o aparelho de carregar no camelô ou em ponto de venda não autorizado. O que acontece? Muitas vezes o produto é incompatível com a marca do celular e com as especificações de segurança”, avisa.
Você pode encontrar numa loja um carregador de R$ 150 e no camelô, um de R$ 10. Mas, as vezes, o barato sai caro: “O aparelho pode até parecer que está funcionando corretamente, mas nem sempre está atendendo às especificações do produto”. O mau funcionamento pode potencializar os risco de incêndio: o carregador pode esquentar, derreter a fiação e causar choques.
O oficial explica que, ao colocar o celular para carregar na tomada, o usuário precisa tomar cuidado para não expor o objeto na altura da face ou em algum lugar inflamável (sofás, cortinas e camas, entre outros). Muita gente também maneja os fios de forma inadequada, enrolando ou até mesmo dobrando o material. Isso causa microfissuras na estrutura do capeamento do fio.
Perigos na rede elétrica
Além dos cuidados com a escolha e manejamento do carregador, o Major também alerta para a manutenção da rede elétrica em casa. “As vezes a pessoa constrói uma casa e não chama um profissional qualificado para verificar as instalações. Alguns, inclusive, não instalam nem disjuntor”, lembra.
Em dias de chuvas, o alerta deve ser redobrado, uma vez que não se sabe como está o comportamento da rede elétrica. Também é preciso ficar atento ao período em que o celular fica carregando. “Tem gente que deixa o celular carregando a noite toda. Mas isso não é orientado no manual do aparelho, que pede apenas que o carregador permaneça ligado no tempo necessário para recarregar a bateria”, afirma Major.
Crianças
Uma orientação importante é não deixar que a criança utilize o aparelho diretamente ligado na rede elétrica. Os pais também precisam tomar cuidado para que os pequenos não coloquem o aparelho para carregar diretamente na tomada, já que isso pode gerar riscos para eles. Também é preciso ficar em alerta para a criança não colocar o conector do carregador na boca – já que um choque como esse pode levar à morte..
Primeiros socorros
No caso de acidente, é essencial levar a vítima direto para o posto de saúde e, dependendo da necessidade, hidratar o local com água apenas. “É importante saber como foi o acidente e analisar a área atingida. Porque na hora da explosão alguns materiais plásticos podem ir direto no rosto e ficar fincado no local. Também é importante tranquilizar a vítima e não usar produtos inadequados para tratar do ferimento”, afirma o Major.