O procurador regional da república Orlando Martello, membro da força-tarefa da Lava Jato, fez um balanço da ações desenvolvidas ao longo deste ano, dentro da operação.
Para ele, 2016 foi mais produtivo do que 2014, primeiro ano da operação. Ao longo dos últimos 12 meses, foi registrado o dobro de etapas e ordens judiciais expedidas há dois anos.
“Embora mais cansados, nós conseguimos extrair o melhor da investigação. Foi o ano mais intenso, em termos de investigação, de resultados”, diz.
Leia Também
Mas em entrevista ao portal Uol ele ressalta que “ainda há muito o que se fazer”. Segundo o procurador, em 2017, a Lava Jato deve ter um foco maior em instituições financeiras, que poderiam ter “evitado muitos crimes”, completa, referindo-se à lavagem de dinheiro.
“Queremos avançar também na área de compliance dos bancos. Nós percebemos que há muitas falhas”, observa.
De acordo com a Receita Federal e o Ministério Público Federal, até agora, os envolvidos com a corrupção terão de ressarcir os cofres públicos e as vítimas do esquema com multas que, no total, chegam a R$ 10,1 bilhões. A esse valor, também deverá se somar a quantia de R$ 6,9 bilhões que serão pagos pelas empresas Odebrecht e Braskem após acordo com a Lava Jato.
“A partir de nossos procedimentos fiscais, resultantes das investigações da operação, identificamos R$ 10 bilhões de créditos tributários que foram sonegados pelas empresas e pessoas investigadas”, afirma o auditor fiscal Flávio Vilela Campos, coordenador-geral de fiscalização da Receita Federal.