Quatro anos após a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e ninguém está preso. Das 30 pessoas apontadas no início das investigações, apenas quatro ainda são consideradas responsáveis pelo incêndio que causou a morte de 242 pessoas, a maioria com menos de 25 anos, em 27 de janeiro de 2013.
O Zero Hora lembra que a única sentença do caso emitida pela Justiça comum foi convertida em serviços comunitários. Nesta quinta-feira (26), véspera dos 48 meses da tragédia, jornal O Estado de S. Paulo informou que familiares das vítimas tinham protocolado um pedido de análise do caso na Organização dos Estados Americanos (OEA). O objetivo é responsabilizar o Estado brasileiro por omissão, negligência e descumprimento da lei, uma vez que os órgãos públicos saberiam de problemas no local.
Até agora, os sócios Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, donos da boate, além de Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, da banda Gurizada Fandangueira, irão a júri popular. A decisão foi anunciada pelo Tribunal de Justiça, em julho passado, depois do recurso da defesa dos quatro ter sido negado na primeira instância.
Procurado pelo Zero Hora, o Tribunal previu que o recurso deva ser julgado em até três meses. A espera de quatro anos pela conclusão do julgamento é causada, segundo o desembargador e presidente do Conselho de Comunicação do TJ, Túlio de Oliveira Martins, pelo tamanho do processo que tem 96 volumes e mais de 20 mil páginas. A estimativa é que mais de 200 depoimentos foram colhidos.