Sem policiamento, ES tem 62 homicídios em três dias, segundo sindicato

Por Redação
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Sem policiamento, ES tem 62 homicídios em três dias, segundo sindicato
Corpos de mortos no Espírito Santo chegam ao DML, em Vitória

Ao menos 62 homicídios foram registrados desde sábado (4) em todo o Estado do Espírito Santo, quando um movimento de mulheres de policiais passou a impedir que eles saíssem às ruas. A informação é do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis do Estado) do Espírito Santo. Segundo a associação, apenas nesta segunda-feira (6), 37 pessoas morreram até as 17h30. A cada hora desta segunda, pelo menos duas pessoas foram assassinadas no Estado. Do total de homicídios, 47 aconteceram na Grande Vitória; 15 foram no interior capixaba.

No DML (Departamento Médico Legal), em Vitória, ainda segundo o Sindipol, há corpos espalhados pelos corredores da instituição por falta de espaço e de pessoal para a realização das autópsias.

A Secretaria de Segurança Pública não confirma os números, pois ainda está fazendo o levantamento.

Mais cedo, em entrevista à rádio BandNews FM, o secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, admitiu o aumento no número de mortes. “Não fechamos ainda os números porque a prioridade agora é outra. Mas temos um aumento no número de homicídios no Estado nos últimos três dias. Não há como negar isso.”

Para o presidente do Sindipol, Jorge Emilio Leal, as mortes “refletem o descaso por parte do governo do Espírito Santo com a segurança pública”. Antes da paralisação dos policiais, a média diária de homicídios no Estado não chegava a 3, disse Leal ao UOL.
Em função da situação no Estado, o sindicato recomenda que a população não saia de casa. “O crime está solto”, disse, reforçando que as delegacias estão superlotadas.

Nesta segunda, o presidente Michel Temer autorizou o envio de tropas das Forças Armadas para o Estado a fim de “garantir a lei e a ordem”. Segundo o Ministério da Justiça, também serão enviados 200 agentes da Força Nacional, que devem chegar a Vitória ainda nesta segunda.

Sobre o fato de o secretário ter cortado o diálogo durante a paralisação, Leal viu a medida como uma “postura radical”. “O policial é ser humano. Ele tem que ter retribuição mínima para dar condições à sua família”.

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