A filha de um empresário e de uma enfermeira morreu asfixiada após ter sido esquecida pelo pai dentro do carro, na cidade de Janaúba. A mãe da vítima já foi secretária de saúde do município e ajudou a socorrer diversas crianças vítimas do incêndio na creche ‘Gente Inocente’, em outubro do ano passado.
Segundo informações o empresário estava a caminho da escola com a filha, quando recebeu uma ligação do trabalho e mudou a rota para a loja de materiais de construção que é dono. Foi no momento em que chegou ao local, que o homem esqueceu a filha no carro.
O pai só teria lembrado da filha depois que um funcionário perguntou a ele como estava a família. O empresário então correu para o carro e encontrou a menina desacordada. “Eles estão muito abalados, chorando muito. Uma situação muito, muito triste. A mãe dela foi uma das pessoas que mais ajudou a atender as vítimas da creche e agora acontece isso”, lamentou Rosana, secretária de promoção social de Janaúba.
“Estamos desolados, em choque. É mais uma tragédia. Só Deus para consolar estes pais que nunca mediram esforços para fazer a nossa Mari feliz. Infelizmente, a Cecilia salvou muitas vidas na ‘Gente Inocente’, mas hoje viu a vida dela ser desfeita. Não sabemos o que está acontecendo na cidade, mas parece até uma maldição, pois depois da tragédia em outubro, vários casos envolvendo crianças estão acontecendo”, disse uma amiga da família que pediu para não ser identificada.
Segundo o pediatra e diretor técnico do Hospital Fundajan, Helvécio Campos de Albuquerque, a criança deu entrada na unidade com parada cardiorrespiratória por volta das 14h carregada nos braços pelo pai, que também estava acompanhado da mãe da criança.
O médico disse que a menina teve várias paradas cardiorrespiratórias e as tentativas de reanimação duraram mais de uma hora. “O corpo clínico tentou fazer as manobras de reanimação, mas, infelizmente, em virtude do quadro de intensa dificuldade de recuperação pela própria idade da criança, ela não conseguiu sobreviver. Tentamos muito, mas constatamos o óbito por volta das 15h30”, afirmou.
O diretor relatou ainda que o pai não conseguiu explicar aos médicos o que havia acontecido, pois estava muito abalado. “Ele, inclusive, precisou ser sedado. Está muito abalado. A mãe dela também acompanha, mas também se encontra emocionalmente abalada”.