Algodão, laranja e etanol são temas que seguem sem consenso. Indústria brasileira reivindica correção do déficit da balança comercial.
A visita de Obama é vista como uma oportunidade de avanços no comércio entre Brasil e Estados Unidos. Embora não exista nenhuma sinalização por parte do governo norte-americano de compromisso em relação a reivindicações como redução de tarifas, retirada de medidas antidumping e fim de subsídios no setor agrícola, o encontro com a presidente Dilma Rousseff, com a esperada assinatura de acordos bilaterais, marca uma nova etapa no relacionamento entre os dois países.
“A visita por si só demonstra um desejo de reaproximação, sobretudo em termos políticos, uma vez que Obama não escondeu que não gostou da posição brasileira em temas como Irã e Honduras”, afirma Mario Antonio Marconini, presidente do conselho de relações internacionais da Fecomercio-SP.
Para Eduardo Fonseca, diretor de relações governamentais da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Ancham), ainda que a visita se restrinja a memorandos de entendimento, serão abertos caminhos para uma agenda concreta de negociações comerciais. “O Brasil é o único país entre as dez maiores economias que não tem nenhum tipo de acordo formal com os Estados Unidos nas áreas de comércio, investimento e tributos. Portanto, a agenda para avanço é muito grande.”
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Obama desembarca em Brasília no próximo sábado (19), acompanhado pela primeira-dama, Michelle, e pelas filhas Sasha e Malia, além de uma comitiva que deve reunir cerca de mil pessoas. Em sua primeira viagem oficial ao Brasil, Obama participará de almoço no Itamaraty e de jantar no Palácio da Alvorada. No domingo, no Rio, visita uma Unidade de Polícia Pacificadora em uma comunidade e discursa em público na Cinelândia, no Centro da cidade.
A pauta oficial do encontro entre Obama e Dilma ainda não foi divulgada. De acordo com o Itamaraty, o Brasil negocia acordos nas áreas de comércio, investimentos, energia, defesa, ciência e tecnologia, inovação, cooperação espacial, educação, cultura e combate à discriminação racial. Os textos dos tratados, porém, ainda não foram fechados.