Apesar de ter como lema a defesa dos “direitos, da Petrobras, da democracia e da reforma política” as manifestações, que acontecem dois dias antes de uma série de atos que pedem o impeachment de Dilma, são vistas nos bastidores como um movimento de defesa do governo.
A realização de um “panelaço” em protesto contra o governo no domingo (8) durante um pronunciamento da presidente em rede nacional acirrou os ânimos, já exaltados com a divulgação da lista de Janot e os desdobramentos da operação Lava Jato.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o próprio governo, temendo que o ato fosse visto como uma provocação e insuflasse ainda mais as manifestações do dia 15, enviou emissários a CUT a fim de convencer os dirigentes da entidade a adiarem o ato.
Segundo Júlio Turra, da Executiva Nacional da CUT, a data foi definida ainda no começo de fevereiro. Antes de ser uma resposta ao protesto do dia 15, diz Turra, o Dia Nacional de Lutas é uma forma das entidades cobrarem do governo plataformas acordadas durante a campanha.
“A presidente foi eleita com propostas necessárias que não vemos sendo implementadas”, afirma. “O ato se contrapõe ao movimento de domingo a partir do momento em que é contra a quebra da legalidade no que diz respeito aos resultados eleitorais e se choca com a política atual do governo uma vez que se coloca contra o ajuste fiscal.”
A expectativa da entidade é reunir entre 30 mil e 40 mil manifestantes apenas em São Paulo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a assessoria do Instituto Lula, foi convidado, mas não deve participar do protesto.
No fim de fevereiro Lula participou de uma manifestação da CUT em defesa da Petrobras realizada no centro do Rio de Janeiro. O ato terminou em confusão depois que militantes da entidade e filiados ao PT entraram em confronto com um pequeno grupo a favor do impeachment da presidente.
No texto de convocação do ato, a CUT pede ainda a “retirada imediata das MPs 664 e 665″, que, entre outros assuntos, determinam novas regras para acesso a benefícios previdenciários como abono salarial, seguro desemprego e auxílio doença, e diz não à “elevação da taxa de juros e às medidas de ajuste de caráter regressivo e recessivo”.
Confira abaixo os horários e pontos de concentração dos atos segundo informações da CUT. Em Porto Alegre, a entidade preferiu adiantar a manifestação para a quinta-feira (12):
Com informações do UOL
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