A marreta que teria sido usada pela manicure de 25 anos para golpear e matar a adolescente Bruna Karolina Fernandes Guiaro, de 15 anos, na última sexta-feira (13), foi encontrada pela polícia neste domingo (15) dentro de uma cisterna no terreno da casa da suspeita, no município de Querência, a 912 km de Cuiabá. O delegado da Polícia Civil Michael Mendes Paes, que investiga o crime, informou que, além da ferramenta, a suspeita também jogou o celular da vítima no poço depois de assassiná-la para ficar com o bebê dela, uma menina recém-nascida.
A família da vítima contou que a adolescente tinha conhecido a mulher em um posto de saúde da cidade havia dois dias antes da morte. A manicure, que fingia estar grávida para o marido e familiares dela, disse que tinha ganhado muitas roupas em um chá de bebê e que queria doar parte delas para o bebê da adolescente. “A minha filha contou que tinha conhecido essa mulher e que iria na casa dela para tomar um chá e ver essas roupas, mas a nenê nem precisava”, disse o pai de Bruna, Gilberto Alves Guiaro.

depois teve bebê roubado (Foto: Arquivo pessoal)
A adolescente morava com o marido e a filha em uma casa nos fundos da residência dos pais. Como ela tinha avisado aos pais onde iria, a polícia conseguiu chegar até a suspeita do crime. Porém, após matar a mãe, roubar a criança de duas semanas e deixar o bebê com um vizinho, a manicure ainda foi até a casa da família da vítima e falou que a jovem teria combinado de ir até a casa dela, mas que não tinha ido.
“Os pais acionaram a polícia e lembraram que tinham visto a vizinha na casa da suspeita mais cedo. Quando os investigadores chegaram na casa dessa vizinha, já encontraram o bebê, que foi reconhecido pelos avós”, contou o delegado. Depois disso, os policiais foram até a casa da manicure e encontraram o corpo da adolescente dentro de sacos de lixo. Os sacos estavam amontoados junto com outros sacos de lixo.
A mulher então confessou o crime e alegou que fez tudo para ficar com o bebê. Já tinha completado os nove meses do período que ela tinha dito que estava grávida, mas, como ela sabia que não esperava bebê nenhum, planejou todo o crime para ficar com a criança, segundo o delegado. A suspeita já tinha planejado de ir para uma fazenda onde a mãe dela mora. “Ela já tinha falado para o marido que quando ganhasse a criança iria para a casa da mãe, porque não tinha ninguém que pudesse ajudá-la com o bebê. Ela iria antes mesmo de avisar o marido e depois entraria em contato com ele por telefone”, disse Mendes Paes.
Como estava um pouco acima do peso, ninguém tinha desconfiado que a mulher não tivesse grávida, inclusive a vizinha que cuidou do bebê por algumas horas a pedido da manicure. A mulher pensou que a suspeita teria dado à luz, já que, aparentemente e pelo que ela mesma contava, estava prestes a ter o bebê. Essa vizinha relatou à polícia que a mulher chegou a lavar as roupas da criança [que dizia esperar] para aguardar a chegada dele.
Ainda não se sabe se a manicure tinha problemas psiquiátricos. O delegado informou que irá verificar se ela estava fazendo algum tratamento. Contudo, para ele, a mulher demonstrou ter ciência do crime que cometeu. “Ela tinha consciência do que estava fazendo. Planejou e executou o plano de forma cruel”, avaliou.
A manicure informou à polícia foi que tinha passagem criminal por furto em uma casa onde teria trabalhado como doméstica. Depois disso, ela alegou que ninguém mais confiava nela.

vítima foram encontrados (Foto: Polícia Civil-MT)
Após ser presa pelo assassinato da adolescente, a manicure foi encaminhada para a Cadeia Pública de Água Boa, a 736 km da capital. Não existe indícios de que ela teria contado com a ajuda de outra pessoa para cometer o crime. À polícia, ela disse ter dado vários golpes de marreta na cabeça da vítima no momento em que a adolescente ouvia música no celular com um fone de ouvido. Ela estava de costas quando foi atingida. A moradora então lavou o lençol para tentar evitar que fosse descoberta e colocou o corpo no saco de lixo.