A 18ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje (13) pela Polícia Federal (PF), identificou a existência de um esquema de pagamento de valores ilícitos referente à concessão de empréstimo consignado por meio do Ministério do Planejamento.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, a empresa Consist Software, administrada pelo ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano (PT), preso temporariamente nesta quinta-feira, recebia uma taxa mensal das empresas que ofereciam crédito consignado para cada empréstimo concedido.
A maior parte desse valor recebido pela Consist, estimado em R$ 52 milhões pagos entre 2010 e 2015, era então destinada ao PT, por meio do lobista Milton Pascowitch, de acordo com as investigações da PF.
“O contrato era celebrado por entidades de crédito que oferecem empréstimos consignados no Ministério do Planejamento e as instituições financeiras, entidades de previdência aderiam a esse acordo guarda-chuva e a empresa [Consist] era remunerada por essas entidades mensalmente, por conta de cada empréstimo consignado que elas obtinham”, explicou o delegado da Polícia Federal Mário Ancelmo Lemos.
Conforme as investigações da Lava Jato, a Consist recebia uma taxa mensal de aproximadamente R$ 1,50 em cada contrato de empréstimo consignado assinado pelas empresas de crédito. “Era como se fosse uma taxa de administração que equivale a R$ 3,5 milhões por mês”, acrescentou o delegado.
Para o procurador da República Robson Henrique Pozzobon, com a nova fase, denominada Pixuleco II, ficou claro para a força-tarefa da Lava Jato que o esquema criminoso descoberto na Petrobras ultrapassou os limites da estatal petrolífera.