O protesto dos caminhoneiros liderado pelo Comando Nacional do Transporte bloqueia trechos em rodovias de 11 estados brasileiros nesta segunda-feira (9). Na Bahia, um grupo de manifestantes fechou a BR-407 às 6h30, ocupou os dois sentidos da pista com cartazes e ateou fogo em pneus.
A via próxima à entrada do município de Capim Grosso, inicialmente bloqueada totalmente, está sendo liberada aos poucos. Até às 11h30 de hoje, os caminhoneiros permitiram somente a passagem de ônibus, veículos de passeio e caminhões com produtos perecíveis.
Os transportadores pedem redução no preço do óleo diesel, uma tabela de preços mínimos para o frete e a saída da presidente da República, Dilma Rousseff, do poder. Os atos de protesto acontecem na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
No fim de semana, a categoria já tinha realizado manifestações em cidades como Apucarana e Ibiporã, no Paraná, um dos Estados onde é esperada a maior adesão. Quase toda a movimentação vem sendo organizada via aplicativos de celular e pelas redes sociais, mas não conta com a adesão de boa parte das entidades nacionais que representam o setor.
Um dos líderes da categoria e organizador da paralisação, Ivar Schmidt afirma que a luta é pela renúncia da presidente Dilma Rousseff. Ele está à frente do “Comando Nacional do Transporte” e garante que os caminhoneiros, agora, somente vão negociar “com o próximo governante”.
A greve ganhou o apoio de grupos como Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua. Os líderes do movimento garantem já ter grande apoio também de caminhoneiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A expectativa é atingir pelo menos 70% do País inicialmente.
Contra
Várias entidades que representam o setor se manifestaram contra esse movimento e veem interesses políticos por trás dessa paralisação. Para o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Bens no Estado do Pará (Sindicam-PA), a greve é organizada “por pessoas que não fazem parte da categoria e estão aproveitando o momento de dificuldade que o País passa”.
Já a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens diz que “os problemas que afetam a categoria são muitos e que, para resolvê-los, é preciso coesão e sabedoria”.
Entidades de Goiás e Tocantins também assinaram, juntos, um documento contra a greve. Principal alvo dos sindicatos, Ivar Schmidt tem 44 anos, mora em Mossoró (RN e nega qualquer vínculo partidário. Caminhoneiro, ele começou a se destacar há um ano e, em 2015, criou o “Comando Nacional do Transporte”.