Estudo recente mostra a cocirculação dos vírus mayaro e chikungunya em Roraima, evidenciando a importância de uma vigilância epidemiológica mais efetiva na região. A descoberta surpreendeu os pesquisadores, que esperavam um cenário diferente devido ao alto grau de compartilhamento antigênico entre os dois vírus. A presença desses arbovírus destaca a necessidade de métodos moleculares precisos para o diagnóstico, devido à semelhança dos sintomas.
O vírus mayaro, transmitido por um mosquito silvestre, pode se estabelecer em ambientes urbanos devido ao desmatamento causado por atividades ilegais, incluindo o garimpo. Pessoas que trabalham em áreas florestais, como pescadores, podem servir como ponte para a transmissão do vírus entre ambientes distintos. A implementação de vigilância molecular é essencial para monitorar e prever possíveis surtos.
O projeto Amazônia+10 investiga o impacto da atividade humana em áreas de floresta na dinâmica de circulação viral, com foco em áreas de Mineração, na Reocupação da BR-319 e em Roraima. Essa iniciativa, apoiada pela FAPESP e outras agências de fomento, busca promover a pesquisa e a inovação tecnológica na região amazônica, com o objetivo de desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Os resultados do estudo revelaram a presença de dengue, mayaro e chikungunya entre os pacientes febris em Roraima, com a identificação da cocirculação dos vírus e uma alta frequência de dengue. A detecção desses arbovírus, juntamente com a identificação de possíveis novos agentes infecciosos, destaca a importância da vigilância contínua e do acompanhamento da dinâmica viral na região.
Referência: Estudo sobre a epidemiologia molecular do Vírus Mayaro entre pacientes febris no Estado de Roraima, Brasil, de 2018 a 2021, disponível em: wwwnc.cdc.gov/eid/article/30/5/23-1406_article.htm.
Informações da Agência FAPESP