Um novo estudo realizado por um grupo de pesquisadores revela uma intrigante descoberta sobre a origem do campo magnético solar. Até então, acreditava-se que o campo magnético se originava nas profundezas das estrelas, mas os resultados deste novo estudo sugerem que o campo magnético solar na verdade se forma nas camadas mais externas da superfície solar.
Os pesquisadores se depararam com um mistério, pois a origem da maior parte do campo magnético solar ainda era desconhecida, e os modelos utilizados anteriormente para tentar desvendá-lo eram considerados muito simples. No entanto, na nova pesquisa, os cientistas adotaram um modelo mais complexo que faz uso de algoritmos baseados em dados das vibrações na superfície do Sol.
Graças a essas simulações computacionais, os pesquisadores conseguiram apontar que o campo magnético solar parece surgir nas camadas externas da estrela, o que corresponde de forma mais precisa com as observações da realidade. Essa descoberta foi recentemente publicada na renomada revista Nature e promete trazer grandes avanços no estudo do Sol e em nossa capacidade de prever fenômenos solares, como erupções e tempestades geomagnéticas.
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Através dessas simulações computacionais, os cientistas podem ter uma compreensão mais aprofundada sobre o comportamento do campo magnético solar e, consequentemente, ser capazes de antecipar com mais precisão eventos como erupções solares e tempestades geomagnéticas que podem afetar diretamente sistemas de energia, comunicação e tecnologia espacial, como a queda de energia, falhas de conexão e até mesmo a derrubada de satélites.
A zona de convecção do Sol, uma região turbulenta de plasma que se estende desde a sua superfície até cerca de 200 mil quilômetros de profundidade, é o berço de poderosos campos magnéticos formados por íons carregados. E é justamente nessa região que surgem as erupções solares e ejeções de massa coronal, eventos impressionantes que influenciam o nosso espaço sideral.
Apesar disso, a parte significativa do campo magnético solar ainda era um enigma para os cientistas, que, durante muitos anos, utilizaram simulações em 3D para mapear o fluxo de plasma em busca de respostas. No entanto, os pesquisadores salientam que essas investigações eram simplistas em comparação com o modelo mais complexo e preciso desenvolvido a partir dos dados das vibrações da superfície solar.
De acordo com os responsáveis pelo estudo, ao analisar as características visíveis do Sol, como manchas solares, erupções solares e até a coroa solar durante um eclipse, fica evidente a forte associação com o campo magnético solar. Perturbações próximas à superfície solar, sem interferências das camadas mais profundas, foram capazes de crescer ao longo do tempo, resultando nas estruturas magnéticas que observamos.
Com esses avanços na compreensão do campo magnético solar, os cientistas visam aprimorar ainda mais o modelo utilizado e, assim, melhorar a nossa capacidade de prever tempestades solares e índices geomagnéticos. A pesquisa promete revolucionar nossa compreensão sobre o Sol e seus efeitos no nosso espaço, possibilitando uma melhor preparação e proteção contra eventuais impactos de eventos solares.