Estudo aponta que sequelas pulmonares podem se agravar até dois anos após internação por COVID-19 severa

Por Redação
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Dois anos após a alta hospitalar, a maioria dos pacientes que tiveram COVID-19 grave e precisaram ser intubados está apresentando sequelas pulmonares de longo prazo. Alguns indivíduos que tiveram uma boa recuperação após a doença também estão manifestando piora no quadro 24 meses após a internação. Um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP) revela que 91% dos 237 pacientes monitorados apresentaram alguma alteração pulmonar após dois anos, sendo 58% casos de inflamação e 33% de fibrose. Entre os que tiveram lesões semelhantes à fibrose, 2% apresentaram melhora e 25% piora.

Publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas, o estudo faz parte de um projeto apoiado pela FAPESP e pelo Instituto Todos pela Saúde, que pretende acompanhar mais de 700 pacientes por pelo menos quatro anos após a internação por COVID-19. O impacto do SARS-CoV-2 em diferentes aspectos, desde questões genéticas até os efeitos físicos, psicológicos e cognitivos, está sendo investigado.

Os pesquisadores alertam para a preocupação com a fibrose pulmonar, cuja evolução pode ser bloqueada através de tratamentos com medicamentos como corticoides ou antifibróticos. Existem mais de 200 fatores que podem levar à formação de cicatrizes e fibrose pulmonares, sendo a frequência maior em casos de COVID-19. O estudo também identificou pacientes evoluindo para bronquiolite, uma doença nas pequenas vias aéreas, e ressalta a importância de novos protocolos de tratamento.

Pacientes com sequelas pulmonares pós-COVID ou COVID longa tendem a apresentar fadiga e fraqueza como principais queixas, que podem estar relacionadas a diferentes aspectos como doença pulmonar, cardíaca ou muscular. O tratamento varia de acordo com o diagnóstico, mas a pesquisa busca aumentar a compreensão sobre as sequelas da COVID-19 e seus tratamentos. O artigo sobre as sequelas respiratórias pós-COVID pode ser acessado em: www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(24)00060-7/fulltext.

Informações da Agência FAPESP

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