Luz pode ser a “kriptonita” das bactérias resistentes

Por Redação
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Um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica da USP de São Carlos revelou uma nova alternativa no combate às bactérias resistentes a antibióticos. A terapia de luz, conhecida como inativação fotodinâmica (PDI), mostrou eficácia em enfraquecer esses microrganismos, tornando-os mais suscetíveis aos medicamentos convencionais.

A inativação fotodinâmica é uma técnica inovadora que utiliza luz em conjunto com uma substância fotossensibilizadora para oxidar e destruir ou enfraquecer a resistência antibiótica de diferentes microrganismos. Em experimentos recentes, o fotossensibilizador curcumina foi aplicado em combinação com os antibióticos amoxicilina, eritromicina e gentamicina, tendo como alvo a bactéria Staphylococcus aureus, responsável por causar uma variedade de infecções, desde cutâneas até pneumonia.

Após cinco sessões de inativação fotodinâmica, observou-se que a bactéria se tornou mais sensível aos antibióticos utilizados, especialmente à gentamicina. Esses resultados promissores indicam que o tratamento de luz, focado no choque oxidativo, pode ser a fraqueza ou a “kriptonita” das bactérias resistentes, permitindo um combate mais eficaz a esses microrganismos.

A resistência antimicrobiana é considerada uma das principais ameaças à saúde pública em escala global, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que cerca de 1,2 milhão de mortes anuais são atribuídas diretamente a bactérias resistentes, com quase 5 milhões de falecimentos relacionados indiretamente a esse problema. O impacto econômico da resistência antimicrobiana pode chegar a US$ 100 trilhões até 2050, conforme dados divulgados pela OMS.

O estudo recente demonstra uma importante descoberta no contexto do combate às bactérias resistentes, oferecendo uma alternativa viável para lidar com esse desafio de saúde pública em constante evolução. Os resultados dessa pesquisa foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), contando ainda com o apoio da Agência FAPESP.

Com a eficácia comprovada da terapia de luz na redução da resistência bacteriana aos antibióticos, abre-se um horizonte promissor para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas e para combater as ameaças causadas por esses microrganismos resistentes. A inativação fotodinâmica surge como uma ferramenta inovadora no arsenal científico contra as bactérias resistentes, trazendo perspectivas positivas para a melhoria da saúde pública e o controle da disseminação desses microrganismos desafiadores.

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