Estudo revela que narizes detectam sinais precoces de demência

Por Redação
3 Min

Um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease sugere que a perda do olfato pode ser um indicativo precoce de demência e Alzheimer, não apenas de doenças respiratórias como Covid-19 ou gripe. Pesquisas anteriores já haviam apontado a perda de olfato como um possível sinal de demência, mas este estudo do National Institute of Aging dos Estados Unidos mergulhou mais profundamente na relação entre a perda de olfato e as doenças cognitivas.

Durante o estudo, 364 participantes foram acompanhados ao longo de aproximadamente dois anos e meio. No início, nenhum deles apresentava problemas cognitivos. Os participantes foram submetidos a testes cognitivos, exames de identificação de odores e tomografias PET para detectar acúmulos de proteínas associadas ao Alzheimer e outras demências. Ao longo do período, 5% dos participantes desenvolveram comprometimento cognitivo leve, sendo 11 casos de Alzheimer, 3 demência vascular e 1 demência frontotemporal.

Os resultados mostraram que aqueles que tiveram pontuações mais baixas nos testes de olfato apresentaram maior probabilidade de desenvolver doenças cognitivas leves, podendo evoluir para o Alzheimer ou outros tipos de demência. Cada queda na pontuação do teste de olfato estava associada a uma chance 22% maior de comprometimento cognitivo. Da mesma forma, baixos níveis de olfato nas tomografias estiveram relacionados a um aumento das chances de Alzheimer.

Além disso, foi observado que o declínio na região cerebral relacionada ao olfato também levava a uma diminuição em áreas associadas à memória, outro indicador importante de Alzheimer e demência. Diante desses achados, os pesquisadores pretendem continuar a investigação para compreender melhor até que ponto e quais outras doenças neurodegenerativas podem ter a perda de olfato como indicador precoce.

A perda de olfato normalmente é associada a doenças respiratórias, tornando-se um sinal facilmente negligenciado no contexto das doenças cognitivas. No entanto, essas descobertas enfatizam a importância de prestar atenção a sintomas aparentemente simples que podem conduzir a diagnósticos importantes.

Em meio às múltiplas doenças que afetam a saúde do cérebro e da memória, a identificação precoce de sinais como a perda de olfato pode ser crucial para o tratamento e acompanhamento adequados. Compreender a ligação entre os sentidos e o funcionamento cerebral pode levar a avanços significativos no campo da neurologia e da saúde mental.

Portanto, a atenção aos sinais que o corpo emite, como a perda do olfato, pode não apenas indicar problemas de saúde imediatos, mas também servir como um alerta para possíveis complicações futuras. A pesquisa continua a ser um elemento fundamental na busca por melhorias na detecção e tratamento de doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer.É?

Compartilhe Isso