Dengue: Como o mosquito Aedes é contaminado

Por Redação
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A propagação do vírus da dengue continua a preocupar a população, gerando dúvidas sobre o contágio, tratamento, prevenção e formas de contaminação, incluindo como o mosquito Aedes aegypti se infecta com o vírus.

Até o final de abril deste ano, o Brasil registrou 4 milhões de casos de dengue, de acordo com dados do Ministério da Saúde. As imagens do mosquito-da-dengue são frequentes nos meios de comunicação, visando a educação da população na identificação, eliminação e prevenção do vetor.

O Aedes aegypti, principal transmissor da dengue, se contamina ao picar uma pessoa infectada com o vírus. Após a ingestão de sangue, o mosquito tem o vírus multiplicado no intestino, infectando outros órgãos e chegando às glândulas salivares. A partir desse momento, o mosquito pode transmitir o vírus ao picar outras pessoas, permanecendo infectado durante toda a sua vida útil.

Os mosquitos fêmeas necessitam de sangue para alimentar seus ovos, ao contrário dos machos que se alimentam de seiva vegetal. O ciclo da dengue se inicia quando a fêmea é infectada ao picar uma pessoa na fase aguda da doença. Após um período de incubação, o mosquito infectado se torna capaz de transmitir o vírus. No entanto, muitas pessoas picadas podem não desenvolver a doença ou apresentar sintomas leves.

Além da picada em humanos, o mosquito Aedes aegypti pode se contaminar com o vírus através da transmissão transovariana, em que as fêmeas transmitem o vírus aos ovos que depositam. Esse processo assegura que ao menos 60% das larvas estarão contaminadas ao se desenvolverem.

O mosquito é mais ativo durante o amanhecer e o anoitecer, buscando sangue humano como fonte proteica. Sua saliva contém uma substância anestésica que torna a picada indolor. A transmissão da dengue é principalmente através da picada de mosquitos infectados, embora a contaminação de humanos para mosquitos também possa ocorrer.

De origem egípcia, o Aedes aegypti se disseminou pelas regiões tropicais e subtropicais a partir do século 16. No Brasil, os primeiros casos documentados datam do final do século XIX e início do século XX. Medidas de controle levaram à erradicação do vetor, que foi reintroduzido no território nacional na década de 1960.

Os estudos sobre o mosquito realizados pelo pesquisador Antonio Gonçalves Peryassú foram essenciais para o entendimento e controle da dengue no Brasil. Sua pesquisa identificou características biológicas do Aedes aegypti, como sua resistência à dessecação e a influência da temperatura na reprodução do mosquito.

O ciclo de contaminação pelo mosquito-da-dengue ocorre através da picada em uma pessoa infectada, multiplicação do vírus dentro do mosquito e posterior inoculação do vírus em uma pessoa saudável. A prevenção, por meio da eliminação de criadouros, uso de repelente e proteção contra picadas, é essencial para evitar a disseminação da dengue.

Diante do aumento dos casos de dengue, é fundamental que a população esteja informada sobre as formas de contaminação e prevenção da doença. A conscientização e ações para eliminar criadouros do mosquito podem reduzir a propagação do vírus, protegendo a saúde de todos.

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