No dia 31 de maio de 2009, um avião da AirFrance decolou do Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, com destino a Paris. O voo, que transportava 228 pessoas, desapareceu após aproximadamente 3 horas e meia de viagem, resultando em uma tragédia no Oceano Atlântico. Nenhuma das pessoas a bordo sobreviveu.
Com 15 anos de história, o acidente aéreo ainda é lembrado como um dos maiores da aviação. E, neste ano de 2024, a Globoplay lançou um documentário em quatro episódios sobre o caso. Porém, o que chamou atenção nas redes sociais não foi o conteúdo do documentário em si, mas sim a decisão da Globo de empregar a Inteligência Artificial para substituir dubladores profissionais.
A série intitulada “Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447” gerou debate e provocou reações negativas por parte do público. A questão ética e artística foi abordada, com críticas sendo direcionadas à substituição de dubladores por IA. Alguns argumentaram que a técnica não transmitiu a emoção necessária e careceu de sincronia entre voz e movimento labial dos entrevistados.
A decisão da Globo de adotar a Inteligência Artificial na dublagem levantou questionamentos sobre o futuro da profissão de dubladores e o valor linguístico da Língua Portuguesa. O movimento “Dublagem Viva”, inspirado em uma iniciativa internacional, expressou sua insatisfação com a prática, apontando-a como um retrocesso e prejudicial para a língua e para os profissionais envolvidos.
Segundo o grupo, aproximadamente 50 profissionais foram impactados de forma direta e indireta somente no caso da série “Voo 447”. Eles alertam para a possibilidade de essa prática se tornar mais comum em distribuidoras, serviços de streaming e produtoras, afetando a qualidade das produções e o valor do trabalho dos dubladores.
“Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447” já está disponível no Globoplay para os assinantes, com seus quatro episódios disponíveis para visualização. A polêmica em torno do uso da Inteligência Artificial na dublagem levantou discussões importantes sobre o futuro da indústria do entretenimento e o respeito ao trabalho artístico dos profissionais envolvidos.
Em um cenário onde a tecnologia avança rapidamente, é essencial ponderar os impactos de sua aplicação na preservação de profissões e na qualidade cultural das produções audiovisuais. O equilíbrio entre inovação e preservação é um desafio que requer reflexão e diálogo entre todas as partes envolvidas.
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