Se você é daqueles que ignora a data de validade nos alimentos, é melhor não fazer o mesmo para remédios. No caso dos medicamentos, a validade é definida de acordo com processos químicos e microbiológicos que garantem a estabilidade do produto – sem contar o armazenamento – e o uso pode causar sérios problemas à saúde.
É melhor seguir a data de validade para remédios
A Organização Mundial da Saúde (OMS) difunde que a estabilidade de um produto é definida pela capacidade de manter suas propriedades químicas, físicas, microbiológicas e biofarmacêuticas dentro de limite de tempo.
É isso que os pesquisadores levam em conta na hora de definir a data de validade dos medicamentos.
Segundo a professora Maria Vitória Lopes Badra Bentley, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP, logo no desenvolvimento dos remédios, são observadas as condições que o fazem deteriorar e perder a eficácia.
Nisso, entram temperatura, umidade e interação entre componentes da fórmula, que ajudarão a definir a melhor condição de embalagem, armazenamento e validade.
O que significa a data de validade?
Ao Jornal da USP, Bentley explicou que a data de validade é o prazo final de estabilidade de um remédio já na embalagem e formato mais adequado;
No entanto, durante o desenvolvimento, as condições são exacerbadas para acelerar a degradação;
As instruções, ainda assim, são válidas. E não só da data final: as condições de armazenamento também importam;
Segundo a professora, se a recomendação é manter o medicamento em um local fresco, mas ele foi armazenado em ambiente de alta temperatura, a degradação acelera e pode ser até menor do que a data de validade informada na embalagem.
O que acontece se usarmos um remédio vencido?
A partir do momento do vencimento, a farmacêutica já não se responsabiliza pelos efeitos adversos. Porém, é preciso estar atento, porque a venda de remédios próximos à data de validade não é proibida. De acordo com Bentley, o uso de medicamentos expirados pode trazer sérios riscos à saúde.
Um exemplo clássico são os antibióticos, que, se vencidos, são menos eficazes para tratar determinada infecção, o que pode levar a riscos, gravidade da doença e resistência ao tratamento.” – Maria Vitória Lopes Badra Bentley, em entrevista ao Jornal da USP.
Ela também chama a atenção para o descarte: remédios vencidos devem ter destinação final adequada, com incineração, coprocessamento e resíduo descartado em aterro sanitário destinado a itens poluentes e prejudiciais ao meio ambiente e ao ser humano.
Para nós, ela indica que os medicamentos sejam separados do lixo comum e entregues em farmácias e postos de saúde, que servem como pontos de coleta.