Um novo grande primata foi descoberto recentemente na Europa, uma região agora muito mais conhecida por suas civilizações antigas do que pela população de grandes símios. Nomeado Buronius manfredschmi, esta espécie tem o menor peso já classificado na categoria de grandes primatas, com aproximadamente 10 quilos. A pesquisa sobre a descoberta foi publicada na revista científica PluS ONE e estima que o animal habitou a Terra há cerca de 11 milhões de anos.
A descoberta foi feita a partir de amostras encontradas em um poço de argila em Hammerschmiede, no sudeste da Alemanha, em uma camada do final do período Mioceno. Os cientistas analisaram amostras de dentes, pelos quais chegaram à conclusão de que os Buronius eram hábeis escaladores de árvores com dieta predominantemente vegetariana, consumindo alimentos macios, como folhas.
Mas o Buronius não estava sozinho. Em 2015, pesquisadores identificaram no mesmo local indícios de outra espécie de grande primata desconhecida até então, o Danuvius guggenmosi. Essa descoberta sugere que as duas espécies habitavam aquela região simultaneamente, compartilhando o mesmo espaço e tempo. No entanto, os cientistas acreditam que as duas espécies conviviam pacificamente devido aos seus hábitos distintos. Enquanto os Danuvius eram caminhadores bípedes e habitavam principalmente o solo, os Buronius eram escaladores habilidosos.
Essas descobertas fornecem novas informações sobre a diversidade de grandes simios que já habitaram a Europa em tempos remotos. Qualquer possibilidade de que essas espécies possam ter desaparecido foi atribuída a mudanças climáticas drásticas ocorridas durante o Mioceno Superior, entre 11,63 milhões e 5,33 milhões de anos atrás, que podem ter impactado a disponibilidade de alimentos, levando à extinção dos grandes símios da região.
Dentro desse contexto, a descoberta do Buronius manfredschmi é fundamental para entender a evolução e distribuição dos grandes primatas ao longo da história. Com sua dieta peculiar e habilidades de escalada, este novo achado contribui significativamente para o estudo da paleontologia e ecologia dos primeiros grandes símios.
Os estudos sobre os Buronius e Danuvius fornecem insights interessantes sobre a diversidade da vida animal que já existiu em lugares que hoje mal podemos imaginar. Diante disso, cabe aos cientistas continuarem suas investigações para desvendar mais segredos que a Terra ainda guarda sobre suas criaturas antigas e do passado longínquo. Para os entusiastas da história natural, essas descobertas são verdadeiros tesouros que ampliam nosso entendimento sobre a evolução e diversificação dos primatas em nosso planeta.