Investigar a estratégia utilizada pelo SARS-CoV-2 para escapar da imunidade citotóxica – mediada por células conhecidas como linfócitos – levou um grupo de pesquisadores a identificar uma proteína importante nesse mecanismo, a ORF6. O estudo, liderado por cientistas do Ragon Institute of Mass General, MIT e Harvard (Estados Unidos), em conjunto com pesquisadores brasileiros, revelou que o vírus consegue evitar a detecção pelo sistema imune através da perturbação de certas proteínas na superfície de células infectadas.
As células de defesa conhecidas como natural killers (NK ou exterminadoras naturais) desempenham um papel fundamental na detecção e no combate a vírus, fazendo parte da resposta imune inata. Ao analisar as proteínas do SARS-CoV-2, os pesquisadores identificaram que a ORF6 participa ativamente da remoção de sinalizadores de células infectadas, facilitando a permanência do vírus no organismo.
O estudo contou com a participação de pesquisadores brasileiros da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp), que forneceram dados clínicos e amostras importantes para a pesquisa. Esses dados revelaram que a eliminação de proteínas também ocorria em pacientes com COVID-19, destacando a importância da pesquisa colaborativa entre instituições e hospitais na contenção de pandemias.
Além disso, a pesquisa abriu novas frentes no campo das terapias antivirais direcionadas pelo hospedeiro, demonstrando que o anticorpo monoclonal 7C6 poderia ser eficaz para conter a estratégia de evasão imunológica do coronavírus. Essa descoberta lança luz sobre possíveis estratégias terapêuticas inovadoras e abre a possibilidade de testes in vivo em modelos animais transgênicos.
O estudo completo pode ser acessado em: [link do artigo].
Informações da Agência FAPESP