Estudo aponta maior risco de câncer em pessoas com tatuagens

Por Redação
3 Min

A prática milenar de tatuar o corpo com desenhos coloridos permanece em voga nos dias atuais. No entanto, uma nova pesquisa conduzida pela Universidade de Lund, na Suécia, revelou que as tatuagens podem aumentar o risco de desenvolvimento de linfoma, um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos no sangue.

O estudo, divulgado na revista eClinicalMedicine, analisou dados de pacientes com diagnóstico de linfoma entre 20 e 60 anos no período de 2007 a 2017.

A tinta utilizada nas tatuagens não permanece apenas na pele. Quando o corpo identifica agentes externos, como a tinta da tatuagem, seu sistema de defesa é acionado para tentar eliminar o elemento estranho. Durante esse processo, substâncias químicas presentes na tinta acabam sendo direcionadas para os gânglios linfáticos.

Os gânglios linfáticos, também conhecidos como linfonodos, são estruturas em forma de feijão que desempenham a função de filtrar a linfa, um fluido claro que circula pelo sistema linfático. Esses gânglios são responsáveis por destruir bactérias, vírus, células cancerosas e outras substâncias prejudiciais.

Quando os gânglios linfáticos estão funcionando corretamente, contribuem para a saúde do organismo. No entanto, se houver alguma disfunção, o corpo fica mais vulnerável a infecções e outras doenças. Até o momento, não se sabia ao certo se a presença da tinta de tatuagem nos gânglios linfáticos poderia de fato afetar a saúde.

De acordo com a pesquisa, a probabilidade de desenvolver linfoma é 21% maior em pessoas com tatuagens em comparação com aquelas sem tatuagens. Esse risco parece ser mais significativo em tatuagens recém-feitas (realizadas dentro de dois anos) e em tatuagens mais antigas (feitas há mais de dez anos). Porém, ainda não foi identificado qual é o papel exato das tatuagens no desenvolvimento do câncer.

O estudo alerta que é prematuro fazer recomendações baseadas em seus resultados, mas ressalta a importância de estar atento aos possíveis impactos das tatuagens na saúde e buscar assistência médica em caso de sintomas relacionados.

Atualmente, os cientistas estão finalizando estudos sobre a relação entre tatuagens e dois tipos de câncer de pele, além de se prepararem para investigar a possível ligação entre tatuagens e doenças autoimunes, como distúrbios da tireoide e sarcoidose.

Em suma, a prática milenar de tatuar o corpo, apesar de sua longa história cultural, apresenta riscos à saúde que devem ser considerados e analisados continuamente pela comunidade científica e pelos indivíduos que optam por adornar sua pele com tatuagens. A conscientização e o monitoramento constante são essenciais para garantir a saúde e o bem-estar de todos aqueles que decidem marcar sua pele de forma permanente.

Compartilhe Isso