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Estudo aponta que cesarianas antecipadas no Brasil podem trazer riscos para os bebês

As evidências mostram que, no Brasil, muitas cesáreas previstas para ocorrer em meio ao feriado de carnaval são antecipadas ou postergadas. Pesquisadores do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa investigaram os efeitos dessa manipulação da data do parto na saúde dos bebês. O estudo realizado por Carolina Melo e Naercio Menezes Filho, economistas e professores do Insper, analisou os impactos da postergação e antecipação de partos durante o feriado de carnaval. Os resultados indicam que a postergação dos partos aumenta a idade gestacional e reduz a mortalidade neonatal, enquanto a antecipação diminui a idade gestacional e o peso ao nascer dos bebês, principalmente em gestações de alto risco.

De acordo com as descobertas, as festividades de carnaval aumentam o tempo gestacional em média 0,06 dia e reduzem as taxas de mortalidade neonatal e precoce em aproximadamente 0,30 e 0,26 por 1 mil nascidos vivos, respectivamente. A manipulação das datas dos partos em função do feriado de carnaval parece ser uma prática comum, especialmente entre mulheres menos vulneráveis e com maior nível educacional.

A antecipação dos partos para evitar o feriado de carnaval, principalmente entre mães de nível educacional mais alto, pode colocar os bebês em risco, uma vez que encurta artificialmente o período de gestação. Por outro lado, quando os partos não podem ser antecipados, as gestantes acabam esperando mais tempo, o que pode resultar em melhores condições de saúde para os bebês. A pesquisa ressalta a importância de políticas públicas para restringir a antecipação de partos sem justificativas médicas, visando minimizar os riscos associados a nascimentos prematuros e baixo peso ao nascer.

O estudo destaca a necessidade de prolongar a gestação para garantir melhores resultados de maturidade gestacional e sobrevivência neonatal. Além disso, ressalta a alta taxa de cesarianas no Brasil, especialmente em hospitais privados, e a importância de promover práticas que estejam alinhadas com as recomendações da Organização Mundial da Saúde, que sugere uma proporção de cesarianas de até 15%.

A pesquisa recebeu apoio da FAPESP e do Centro Brasileiro para o Desenvolvimento na Primeira Infância (CPAPI) e sugere que a manipulação das datas dos partos pode ter efeitos significativos na saúde dos bebês. Acesse o artigo completo em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hec.4858.

Informações da Agência FAPESP

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