Evolução do 1ª paciente Neuralink 6 meses pós cirurgia

Por Redação
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No dia 28 de janeiro de 2024, o americano Noland Arbaugh, de 30 anos, se tornou o primeiro paciente da Neuralink, empresa fundada pelo bilionário Elon Musk. Embora não tenha sido o primeiro humano a implantar um chip no cérebro, o caso de Noland ganhou destaque devido à tecnologia de ponta empregada pela empresa, resultante do conhecimento acumulado de pesquisas anteriores.

Após quase 180 dias desde o procedimento, surge a questão: como está vivendo Noland Arbaugh? Após mais alguns meses, em contato com a equipe do site Scientific American, Noland compartilhou informações essenciais sobre sua experiência.

Noland relata que, caso perdesse a memória e alguém lhe informasse sobre o chip implantado em seu cérebro, ele provavelmente duvidaria da existência do dispositivo. Ele só percebe a presença do chip quando há pressão na região onde foi inserido ou ao mover o cursor do computador utilizando “o poder da mente”.

Em 2016, Noland ficou tetraplégico após um acidente e, anteriormente, utilizava o computador comandando por voz ou por um bastão bucal em uma tela sensível ao toque. Atualmente, o chip permitiu-lhe maior autonomia e ele se sente grato pela experiência, que o ajudou a se reconectar com o mundo.

No dia a dia, Noland utiliza o chip por aproximadamente 8 a 10 horas diariamente, participando de testes propostos pela Neuralink, navegando na internet, interagindo nas redes sociais e jogando videogame. Ele prefere jogos mais tranquilos, como xadrez e Civilization VI.

Para controlar o cursor do mouse e mexer no computador, Noland utiliza duas abordagens: a primeira é tentar movimentar o membro paralisado onde o músculo não responde, e a segunda é visualizar a seta do cursor e imaginar para onde deseja que ela vá. Apesar de incomum, Noland descreve a experiência como intuitiva e aprendeu a controlar o cursor em apenas uma semana.

A principal dificuldade enfrentada por Noland é a descarga do chip durante as atividades, o que o obriga a utilizar um “chapéu carregador”. No entanto, ele destaca que isso não o incomoda muito. O projeto de Noland com a Neuralink tem previsão de durar cerca de 6 anos, e ele está disposto a contribuir com a empresa, mesmo que seu desejo de voltar a andar não se concretize.

Noland expressa tranquilidade diante da situação e afirma possuir um propósito sólido de melhorar a tecnologia para as próximas gerações. A Neuralink, por sua vez, já está buscando um segundo paciente para novos testes, com aprovação das autoridades de saúde dos Estados Unidos.

É reconfortante saber que Noland está bem e que continuará combativo em suas jornadas. Que sua trajetória seja marcada por vitórias, dentro e fora do mundo virtual. A entrevista concedida por ele foi publicada pelo site Scientific American.

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