Tratamento com células CAR-T: riscos e respostas

Por Redação
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Um estudo realizado pela Universidade de Medicina de Stanford, nos Estados Unidos, trouxe informações importantes sobre o risco de câncer secundário em pacientes submetidos ao tratamento com células CAR-T. A pesquisa se tornou relevante devido a um alerta da Food and Drug Administration (FDA) sobre a possibilidade de pacientes desenvolverem outro tipo de câncer após receberem esse tipo de terapia.

A terapia com células CAR-T é considerada um avanço no tratamento do câncer. Nesse procedimento, as células T, também conhecidas como glóbulos brancos, são isoladas do próprio paciente e modificadas geneticamente para combater as células cancerígenas de forma mais eficiente. No entanto, em novembro de 2023, a FDA emitiu um alerta devido a casos de pacientes submetidos a esse tratamento para um tipo específico de câncer que foram diagnosticados com um câncer diferente do original.

A preocupação com o risco de câncer secundário após o tratamento com células CAR-T levantou questões sobre as metástases. Enquanto um câncer primário surge a partir de células cancerígenas em uma região específica do corpo, o câncer secundário se desenvolve quando o câncer se espalha para outras áreas. Por exemplo, células cancerígenas que se originam no pulmão e se espalham para o cérebro configuram um câncer secundário.

A pesquisa conduzida pela Universidade de Stanford, publicada no The New England Journal of Medicine, analisou 700 pacientes do Stanford Health Care que passaram pelo tratamento com as células CAR-T. Os cientistas concluíram que o risco de desenvolvimento de um câncer secundário é baixo, estimado em cerca de 6,5% nos três anos seguintes à terapia. Além disso, identificaram que a principal causa desse tipo de câncer nos pacientes tratados é a redução na imunossupressão, uma resposta do sistema imunológico diante da doença.

Segundo Ash Alizadeh, pesquisador de Stanford e autor do estudo, a análise comparou níveis de proteínas, DNA e RNA em células individuais dos pacientes em diferentes tecidos. No caso dos linfomas, as células cancerígenas identificadas já estavam presentes nos pacientes e não foram consequência do tratamento com células CAR-T.

A pesquisa reforça a importância de avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios do tratamento com células CAR-T, especialmente em relação ao desenvolvimento de câncer secundário. Com essas descobertas, os profissionais de saúde poderão aprimorar as estratégias de monitoramento e prevenção desse tipo de complicação em pacientes submetidos a essa terapia inovadora.

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