Mulheres com enxaqueca e dor cervical crônica apresentam redução de quase 50% na força e resistência no pescoço

Por Redação
3 Min

Mulheres com enxaqueca e dor cervical crônica apresentam alterações funcionais nos músculos do pescoço, o que afeta a força, resistência e pressão nessa região. Pacientes com enxaqueca têm os músculos craniocervicais mais fatigados, especialmente o esplênio e o escaleno anterior. Essas descobertas sugerem a importância de tratamentos que incluam a dessensibilização da região cervical, combinando medicação e fisioterapia para melhores resultados no manejo da dor. A pesquisa foi publicada no European Journal of Pain e liderada pela professora Débora Bevilaqua Grossi, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.

A enxaqueca, uma das doenças mais incapacitantes do mundo, afeta mais de 70% dos pacientes com dor cervical. A dor no pescoço está relacionada à redução da resposta ao tratamento medicamentoso, o que pode levar à cronicidade da dor. A falta de tratamento adequado pode resultar em crises mais frequentes e intensas, bem como em comprometimentos musculoesqueléticos, equilíbrio e risco de quedas.

Os testes realizados com cem mulheres entre 18 e 55 anos, recrutadas em Ribeirão Preto, demonstraram que pacientes com enxaqueca e dor no pescoço apresentavam menor resistência muscular e suportavam 50% menos tempo nos testes em comparação com aquelas sem essas condições. A incapacidade cervical, associada à sensibilidade e disfunção muscular, podem contribuir para a cronificação da enxaqueca.

A pesquisa também destaca a importância de compreender melhor as implicações das dores de cabeça, que podem envolver disfunções cervicais, fraqueza muscular e sensibilização. A relação entre enxaqueca, dor no pescoço e impactos no equilíbrio e risco de queda também são abordados no estudo. Novas pesquisas são necessárias para investigar a associação entre dor cervical e enxaqueca, assim como possíveis subgrupos de pacientes com diferentes manifestações sintomáticas.

O tratamento recomendado inclui a combinação de medicação e fisioterapia, além da prática de atividades físicas orientadas fora das crises para fortalecer a musculatura cervical e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. É essencial abordar não apenas a dor de cabeça, mas também outros sintomas como tontura e vertigem associados à enxaqueca. Novos estudos e abordagens clínicas podem auxiliar na prevenção de complicações funcionais e na melhoria do bem-estar dos pacientes com enxaqueca.

Informações da Agência FAPESP

Compartilhe Isso